A liderança é um dos fatores que define o sucesso de uma empresa. Além de conduzir junto com o time as iniciativas, sempre alinhado às estratégias, o líder motiva, engaja e traz a equipe para contribuir para o sucesso da organização. Uma pesquisa da consultoria de recrutamento Michael Page revelou que 8 em cada 10 profissionais pedem demissão por causa dos chefes. Outro levantamento do Instituto Gallup, empresa americana de pesquisa de opinião, mostra que o mau relacionamento com os gestores é o principal motivo que leva 75% das pessoas deixarem seus empregos.
Uma ressalva: enquanto liderança é uma competência, que pode (e deve!) ser desenvolvida, ser chefe ou gestor é um status corporativo situacional, decorrente da estrutura organizacional. Há bons chefes ou gestores, que cumprem as metas e levam resultados para suas empresas, mas que ainda precisam desenvolver algumas habilidades de um líder.
Lyrian Faria, sócia-diretora da Dynamica Consultoria, considera que ser líder é uma jornada de aprendizado, de estar todos os dias atento a si mesmo e às pessoas no seu entorno: “Trabalhamos com as pessoas, para as pessoas e por meio das pessoas. Na prática, estamos aqui para aprender, errando muito, questionando mais ainda e buscando as respostas junto com o time”. Ela ainda ressalta que “é importante que o profissional realmente queira se desenvolver, entenda que é importante para si e para quem o acompanha. Isto porque o maior recurso do líder é dar atenção ao outro; atenção é tempo, é cuidado. Pode parecer simples, mas não é”.
O líder olha para o futuro e tem que estar no futuro. A Dynamica, por exemplo, decidiu que precisava se reconstruir. “Costumo reforçar: em casa de ferreiro o espeto é de aço! Tem que ser, senão o negócio não se sustenta. Discurso e prática têm que ser convergentes nas organizações. Foi por este motivo que decidimos trazer a consultoria para a gestão 3.0, para o colaborativo, de forma mais transparente”, conta Lyrian. Este processo de reconstrução teve início antes da pandemia e foi acelerado logo que ela começou. Dele surgiu um novo logo, um novo posicionamento estratégico, um novo site, uma nova forma de interagir e a intenção de trabalhar ainda mais fortemente auxiliando no Desenvolvimento Humano nas Organizações.
Muitos gestores chegam despreparados para cumprir suas responsabilidades ao serem promovidos. Em outra pesquisa do Gallup, com mais de 2.5 milhões de gestores em 195 países, 70% dos respondentes não estavam preparados para cumprir a sua função. As empresas, em sua maioria, não equipam os gestores e nem sabem como ou porque fazê-lo. O principal critério para promover um funcionário a gestor ainda é sua habilidade técnica ou tempo de casa, o que não é suficiente para alguém ocupar a cadeira de gestão. Mas afinal, o que a empresa ganha ao desenvolver a competência de liderança em seu time?
Muitas são as vantagens e selecionamos 5 bem relevantes:
- Capacidade em lidar com mudanças: a única constante que as empresas possuem é a de que precisam se adaptar a novos cenários e situações para se manterem competitivas. O líder sabe disso, se aperfeiçoa e prepara seu time para atuar no novo modelo de trabalho.
- Habilidade de atrair e manter profissionais de alta performance: um líder motiva seu time, o escuta, considera suas contribuições e compartilha os bons resultados. Isso torna o ambiente atrativo e gratificante.
- Visão de Incentivar a adoção dos valores organizacionais: como já mencionamos, uma cultura organizacional baseada em valores se torna mais forte. Cabe ao líder compartilhar os objetivos da empresa, missão, visão e valores e motivar seus times a adotá-los em todas as iniciativas.
- Generosidade para dar feedback e humildade para ouvir: ser líder vai além de saber se comunicar, deve-se ter a intenção de formar e ensinar seu time como buscar se melhorar constantemente, por meio de feedbacks respeitosos e construtivos.
- Com foco nas pessoas, a consequência são melhores resultados: o líder deve se manter em contínuo processo de formação (ou lifelong learning) e incentivar o seu time a fazer o mesmo, seja por meio de cursos, lives, leituras, mentorias. Aumentando sua bagagem, terá instrumentos para uma gestão mais eficaz.
“Juntos somos quase um”
Esta frase é do Dr. Paulo de Mello, coordenador do curso “Aperfeiçoamento em Neurociências aplicadas à Psicanálise”, do GEPECH (Grupo de Estudo e Pesquisa em Comportamento Humano) e sintetiza bem a postura que os líderes devem adotar em suas empresas. Apenas com o esforço coletivo, de um time diverso e complementar, se chega a resultados de excelência. “Quanto mais a gente percebe que sabe pouco e que tem muito a aprender, mais humilde fica. É importante que o líder se lembre sempre que é apenas um grão em meio a meio bilhões de galáxias”, ilustra Lyrian.
Bons líderes deixam o ambiente de trabalho mais leve e participativo, pois criam oportunidades de debates. Com isso, incentivam a ampliação da percepção, constroem a confiança, criam vínculos e uma relação emotiva com o grupo. Sabem ouvir, identificar, valorizar e reter talentos na empresa, além de incentivar o desenvolvimento de suas habilidades.
As lideranças lidam a todo instante com um outro aspecto essencial, porém nem tão visível e mensurável: a emoção. Não é à toa que o Inteligência Emocional sempre encabeça os soft skills (competências comportamentais) que os líderes devem possuir ou desenvolver. Segundo Goleman, autor que vem estudando o tema, “inteligência emocional trata-se da capacidade de identificar nossos próprios sentimentos e os dos outros, de motivar a nós mesmos e de gerenciar bem as emoções dentro de nós e em nossos relacionamentos”.
Conhecer bem a si mesmo é o primeiro passo para o desenvolvimento de um líder. O modo como cuidamos de nós mesmos diz muito a respeito sobre como lidamos com o outro e já dissemos que liderar é, acima de tudo, cuidar do outro. Vale conferir as matérias que preparamos sobre Desenvolvimento dos líderes ou sobre Mentoria.
A Dynamica possui uma trilha de formação de líderes, que acontece desde a avaliação comportamental ou assessment até workshops in company, mentorias e capacitações.
Nunca foi tão difícil liderar
Já tratamos em um blog anterior os desafios e caminhos para a liderança. Vale conferir e aprofundar a reflexão de como neste momento de incerteza, medo, insegurança e relacionamentos remotos o papel do líder se torna ainda mais fundamental para manter a coesão do time, engajamento e foco nos valores da empresa. O enfoque na produtividade e entrega de metas e resultados não pode ser mais importante que a busca por novas formas de socialização e o cuidado com o time.
O cenário atual tem forçado as empresas a se adaptarem e isso também aconteceu com a Dynamica: “Como muitos outros líderes, eu me vi obrigada a aprender várias coisas, desde controle do caixa, lidar com webinar e novas tecnologias para reuniões à distância entre outros. Tive receio, mas acho que o líder passa mais rápido pela crise porque aceita mais riscos, erra, arruma e recomeça, no menor tempo possível”, conta.
Os profissionais também tiveram suas vidas mudadas, levaram os escritórios para casa e passaram a compartilhar suas vidas pessoais com os colegas de trabalho. Somado a isso, a pressão diária por cumprimento de metas, demandas por horas extras e a necessidade de rápidas tomadas de decisão e gestão de conflitos vêm ocasionando um esgotamento físico e emocional acima da média. O cuidado com a mente foi assunto do Encontros para mudança realizado pela Dynamica em fevereiro e novas oportunidades de debates acontecerão ao longo do ano. Confira a Programação.
Na edição de fevereiro/21 da revista Exame, a matéria de capa discute o tema do Burnout (na tradução significa “queimar até o fim”) e divulgou um estudo da consultoria Isma-BR e Betânia Tanure Associados sobre como o nível de estresse aumentou em todas as posições de liderança, comparando os anos de 2018 com 2019. Este estudo mostra que 72% dos trabalhadores brasileiros têm alguma sequela produzida pelo estresse; 30% sofrem com a Síndrome do Burnout e destes a metade desenvolveu também a depressão.
Em situações de estresse excessivo, o Líder precisa buscar apoio, preservar sua sanidade mental e levar em consideração que se não estiver equilibrado e saudável não terá condições de manter-se ativo e muito menos dar o devido suporte ao time. Eis algumas sugestões:
Busque apoio psicológico: estamos em um momento propício para acabar com preconceitos relacionados a tratamentos terapêuticos. Não se trata de uma opção apenas para portadores de distúrbios mentais. Todos podem (e devem) recorrer a ela, inclusive como complemento ao autoconhecimento.
Foque no que pode atuar: as preocupações têm atrapalhado seu sono? Separe-as em grupos do que você pode ou não atuar. Desapegue do que estiver fora da sua alçada de decisão, como o aumento de casos de Covid-19 no Brasil, por exemplo. Reflita no que você pode fazer como líder.
Reserve momentos para você: é muito comum líderes reclamarem que estão trabalhando o dobro agora que estão em home office. Separe um tempo para exercícios, a prática de meditação, leitura de um livro. Desconecte-se um pouco das mídias sociais, grupos de WhatsApp e excesso de informações.
Mantenha a conexão com seu time: mantenha os fóruns que tinha no presencial com seu time (reuniões com a equipe, one-on-one,happy-hours) e sempre crie oportunidades de diálogo.
Líder não é um super herói
Temos a tendência de projetar no líder uma imagem de herói e o que é pior, muitos se veem assim. Parte disto ocorre como resultado das listas intermináveis de características atribuídas a eles ao longo dos anos: carisma, confiança, honestidade, grandes comunicadores, pensadores visionários, fazem acontecer, possuem assertividade, escuta ativa e tantos outros. Quem consegue corresponder?
“Não existe um líder super herói, a menos que haja uma equipe completa de super-heróis, pois é o time que traz os resultados”, complementa Lyrian.
O líder é realmente eficaz quando conhece, desenvolve e aplica suas forças. Em outras palavras, em vez de se concentrar nos pontos a desenvolver, sabe tirar proveito do que tem de melhor, ou seja, suas forças. Os melhores resultados são alcançados quando a liderança se mostra autêntica, vulnerável, verdadeira e, como já dissemos, possui a humildade de entender que não sabe tudo, mas conta com sua equipe para embasá-lo e um propósito que a mantém apaixonada e focada.
Dicas da Dynamica
Quer se tornar um líder mesmo sabendo que o caminho é árduo e o reconhecimento nem sempre vem junto com as responsabilidades? Eis algumas sugestões:
- Leia e siga pessoas que te inspiram
- Ouça mais as pessoas, mesmo as que não te inspiram
- Aprenda a fazer perguntas e evitar dar as respostas. Perguntas geram reflexões
- Estude sempre um pouco mais. É necessário ter repertório para “sair da caixa”
- Arrisque-se a fazer diferente e a ter um olhar sob um diferente ângulo
- Lide com as pessoas com delicadeza e respeitando a diversidade de opiniões
- Dê feedback quando considerar que pode ajudar no desenvolvimento do outro
- Peça feedback a seus liderados e os deixe confortáveis para dá-lo
- Tenha controle emocional para lidar com situações adversas
- Busque as ferramentas para se conhecer em profundidade e se manter são.
Conheça o trabalho que a Dynamica Consultoria exerce para o alinhamento e transformação de Cultura Organizacional nas empresas.