O ano de 2026 se aproxima com um cenário corporativo de transformação intensa. Inteligência Artificial (IA), automação, novas regulamentações e mudanças culturais estão reformulando a forma como as empresas contratam, lideram e inovam.
Para sobreviver — e prosperar — será preciso alinhar pessoas, estratégia, processos e propósito.
Essas quatro frentes ganharam ainda mais profundidade durante o workshop Diálogos para 2026, onde líderes e executivos compartilharam experiências reais, inquietações e aprendizados sobre o futuro das organizações. As discussões reforçaram a urgência de preparar equipes e modelos de negócio para um ambiente mais dinâmico, digital e exigente.
Neste artigo, exploramos os principais desafios corporativos de 2026 em quatro frentes relevantes: — estratégia, RH, tecnologia e Cultura Organizacional — com insights de três especialistas do mercado: Renato de Sousa, sócio-diretor da Job Coach; Lyrian Faria, diretora da Dynamica Consultoria; e Ana Paula Milani, executiva de tecnologia, docente e sócia da CW360, onde apoia pessoas e organizações em jornadas de transformação.
RH e Inteligência Artificial: O Desafio de Contratar e Reter Talentos no Mundo Digital
O RH de 2026 vai muito além da seleção de currículos. A inteligência artificial está revolucionando o recrutamento e a gestão de pessoas, mas também traz novos riscos éticos e desafios operacionais.
Segundo Renato de Sousa, sócio-diretor da Job Coach, o maior desafio do RH será a mudança no perfil profissional buscado pelas empresas: “hoje o profissional ainda é avaliado principalmente pelo currículo, mas isso está mudando rapidamente. Já estão acontecendo grandes transformações impulsionadas pela IA — e a mão de obra não ficará de fora.”
“Na Job Coach, já utilizamos uma ferramenta que avalia não só o conhecimento, mas também o comportamento. Muitas vezes a pessoa tem anos de experiência e formação em grandes instituições, mas pode não ser o perfil mais adequado para determinada vaga”, destaca.
Além da mudança de perfil, surge um desafio humano significativo: preparar as equipes para conviver com a IA — algo que, para Ana Paula, executiva com mais de 30 anos de experiência em TI, executiva as a service, mentora de líderes e conselheira, só será possível com uma liderança mais humana e equilibrada e senso crítico.
Ela alerta que, hoje, profissionais e líderes estão sobrecarregados, vivendo no modo emergência. “Tudo é para ontem. As empresas estão apagando incêndios o tempo inteiro, sem conseguir direcionar energia para o que realmente importa de forma estratégica”
Neste cenário, o RH será o elo central entre tecnologia e pessoas, liderando a construção de equipes mais ágeis, éticas e preparadas para os desafios do futuro.
Estratégia: Da Adaptação ao Crescimento Sustentável com Inovação e IA
Os desafios estratégicos para 2025 e 2026 estão ancorados na necessidade de adaptação a um ambiente volátil, preservação da competitividade e busca por crescimento sustentável em meio a incertezas econômicas, políticas e tecnológicas.Em 2025, a estratégia corporativa está fortemente focada em:
- Reinventar Modelos de Negócio: Adaptar o modelo de negócio para seguir relevante à medida que a empresa amadurece.
- Crescimento e Prospecção: Criar novas formas de prospecção e atrair clientes, expandindo presença de mercado.
- Data-Driven e Decisões Seguras: Ampliar o uso de dados para tomada de decisões estratégicas com segurança e confiança.
- Riscos e Compliance: Monitorar impacto da reforma tributária, fraudes, instabilidade política e econômica, além de definir o propósito para o uso da IA.
- Eficiência e Otimização: Pressão por eficiência, produtividade e times mais enxutos.
Já em 2026, a estratégia se tornará ainda mais ousada, mirando diferenciação, novas oportunidades e crescimento sustentável:
- Inovação e Diferenciação: Redesenhar negócios com IA e oferecer diferenciação na experiência, não apenas no produto.
- Novos Mercados e Expansão: Crescer portfólio, aumentar clientes, buscar novos mercados e ampliar times com foco estratégico.
- Tomada de Decisão e Priorização: Saber renunciar, definir o core e priorizar o que importa, com indicadores de gestão integrados ao negócio.
- Ambiente Externo e Riscos: Eleições, polarização, ESG, vazamento de dados e riscos da IA seguem influenciando decisões.
- Uso Estratégico da IA: Utilizar IA com propósito e regras claras — não apenas porque é tendência.
“Estratégia, portanto, deixa de ser apenas planejamento e passa a ser execução consciente, orientada por dados, propósito e inovação“, explica Lyrian Faria, diretora da Dynamica Consultoria.
Tecnologia, Governança e Liderança Humana: O Desafio da Transformação Sustentável
A expansão da IA generativa coloca as empresas diante de um novo desafio: como trazer eficiência real e ROI com tecnologia, sem perder o foco humano.
Para Lyrian, o momento é de grande transformação . “Hoje é um desafio inserir a inteligência artificial nas empresas. Deve se estabilizar no futuro, mas, no momento, vemos mais o uso direto pelas pessoas fisicas do que algo estruturado nas organizações. Pois estamos discutindo como deve ser essa governança? Como criar os ambientes seguros desse novo momento? São perguntas que ainda buscamos novas soluções.”
Ela reforça que precisamos estar atentos não só para o ambiente interno das organizações, mas como o cenário externo interage nesse quadro geral “Eleições no próximo ano, cenários econômicos e geopolíticos, COP 30 e conflitos internacionais também influenciam as estratégias das empresas”, completa.
Durante o evento Diálogos para 2026, muitos dos participantes citaram tais temas como pontos de atenção. Sendo assim, vemos que tais preocupações já fazem parte do ambiente corporativo como um todo, gerando incertezas que podem retardar decisões a serem tomadas.
Outra barreira relevante é a baixa maturidade de dados. Segundo Ana Paula, embora a IA esteja no centro das discussões, muitas organizações ainda estão no passo anterior, que é construir uma cultura de dados sólida.
“Estamos num hype da IA generativa, mas muitas empresas ainda nem estruturaram seus dados. É uma jornada longa. IA pode ajudar, mas sem dados de qualidade o retorno não vem.”
Os principais desafios tecnológicos para 2026 incluem:
- Governança da IA e Proteção de Dados
- ROI e eficiência no uso de IA
- Uso estratégico de dados para tomada de decisão
- Liderança tecnológica com foco em pessoas
Quando a experiência vira diferencial: o caso da CW360
Assim como Dynamica e Job Coach, a CW360 também vem ganhando relevância no apoio à transformação das empresas.
O diferencial, segundo Ana Paula, está no capital humano experiente e multidisciplinar. “O mercado está extremamente competitivo. Nosso diferencial é ter pessoas muito experientes em tecnologia em diferentes segmentos. Isso enriquece a oferta e cria propostas estratégicas com escuta ativa e direcionada às reais necessidades das organizações.”
Empresas que tratarem a tecnologia como parte da estratégia — e não apenas como ferramenta — estarão mais preparadas para competir globalmente.
Cultura Organizacional: O Pilar Humano da Transformação
A cultura organizacional será o grande diferencial competitivo em 2026. Se a tecnologia acelera mudanças, é a cultura que determina se as organizações conseguem absorvê-las, sustentá-las e multiplicá-las.
Lyrian destaca a importância do fit cultural e do desenvolvimento contínuo de novas competências. “As empresas precisam desenvolver o fit cultural e incentivar novas competências para abraçar as necessidades futuras. Envolve pessoas, processos e tecnologias. O pensamento crítico e a capacidade de lidar com dados serão diferenciais indispensáveis.”
Ana Paula complementa com um alerta: as pessoas precisam se sentir parte da transformação, e não vítimas dela.
“O fator humano é o mais importante. As pessoas precisam se sentir incluídas e seguras para contribuir. O papel da liderança é essencial — e, hoje, liderar com equilíbrio é um dos maiores desafios.”
A cultura será o motor da adaptação — o ponto de equilíbrio entre o avanço tecnológico e o lado humano das organizações.
O Futuro Corporativo Começa Agora
Os desafios corporativos de 2026 vão muito além da contratação de talentos. Eles envolvem uma reestruturação profunda na forma como as empresas pensam, operam e se relacionam com a tecnologia e as pessoas.
Como afirma Renato de Sousa, “as empresas precisarão aprender a olhar além do currículo e compreender o comportamento, o potencial e os valores dos profissionais que irão construir o futuro.”
Governança de IA, cultura de dados e pensamento crítico serão pilares para sustentar empresas mais ágeis, éticas e preparadas para um cenário global em constante mudança.
A prioridade deve ser preparar as pessoas para esse futuro. A tecnologia só faz sentido quando promove evolução humana.
O futuro pertence às organizações que conseguirem equilibrar inovação e ética, agilidade e propósito.
E a preparação começa agora — com visão, estratégia e liderança verdadeiramente humana.
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