O Pensamento Crítico na Transformação Organizacional
No post anterior falamos sobre o pensamento crítico de uma forma geral: o que é e como desenvolvê-lo. Agora, vamos abordar o pensamento crítico na Gestão de Mudanças Organizacionais. O Change Management tem sido um recurso importante para lidar com as mudanças contínuas e rápidas nas empresas (negócios, pessoas, processos, tecnologias, etc), na atualidade deste mundo BANI. Ao potencializar o pensamento crítico em projetos de Mudanças Organizacionais, é possível criar a estratégia correta e obter sucesso total. O pensamento crítico é importante para encontrar os pontos sensíveis em um projeto de GMO. Muitas vezes, a mudança pode parecer caótica para muitos, mas uma Gestão de Mudanças Organizacionais bem planejada e que anda de mãos dadas com o todo cria um outro ambiente para que a transformação de fato ocorra de forma tranquila. Tudo começa com o uso do pensamento crítico para descobrir e entender detalhes que a mudança pode criar. Mônica Martin, consultora sênior da Dynamica Consultoria, explica que o pensamento crítico está em diversas etapas de um projeto de GMO. Desde o momento em que o consultor explora e analisa a Cultura Organizacional da empresa até o momento em que conhece cada um dos envolvidos e suas opiniões quanto às transformações da empresa. “É necessário observar e entender a cultura do cliente e como seus colaboradores se comportam. Assim conseguimos encontrar as dificuldades e analisar os pontos a serem trabalhados”, comenta. Fazer a grande pergunta POR QUE é alavancar o pensamento crítico para investigar a causa raiz de possíveis resistências, como gerenciá-las e alcançar resultados mais tangíveis. Frequentemente, muitas organizações se concentram tanto no “fazer” (o “como”) que perdem de vista o “propósito” e o “PORQUÊ” das mudanças. Passar tempo com cada um dos colaboradores para entender seus medos ou inseguranças e criar estratégias de comunicação que explorem tais pontos, é imprescindível para sanar os problemas. Entretanto, é impossível entender tais pontos sem o pensamento crítico. “Muitas vezes o cliente traz questões para a consultoria e ao longo do projeto percebemos que o ponto a ser trabalhado é outro. Lidamos não apenas com as mudanças dos processos/tecnologias, mas também com o modelo mental das pessoas. Este último é o mais importante para que a mudança dos processos/tecnologia dê certo”, comenta Mônica. A equipe é reflexo da liderança. Os primeiros a serem envolvidos num projeto de mudança com certeza devem ser os gestores e líderes. “Usamos o pensamento crítico para entender como está o engajamento da liderança no processo de mudança. Entrevistamos um por um dos gestores para entender a percepção da mudança, questões críticas, pontos relevantes e se há experiência anterior com mudanças”, explica Mônica. Segundo Mônica, quando a mudança não é bem compreendida por um ou mais colaboradores é porque há um vácuo entre a comunicação da mudança e a compreensão dessas pessoas. Ao conhecer a resistência e buscar alternativas que preencham este vácuo, o líder de mudança dá um grande passo para o sucesso do projeto. “Na GMO, trabalhamos por camadas. É um processo longo, realizado aos poucos. Identificamos os públicos e focamos naqueles que precisam de mais esclarecimento e apoio”, diz. Como apoio a esses colaboradores que precisam de mais informação e compreensão, são realizadas diversas atividades como reuniões, vídeos, bate-papo com o CEO, desenvolvimento de cartilhas, workshops e etc. Pensamento Crítico no Processo de Engajamento E para aqueles que entendem ou estão no processo de compreender a mudança, o uso do pensamento crítico também é indispensável. É papel do líder de mudança ou consultor instigar os questionamentos. Tais colaboradores devem participar com perguntas, buscando respostas e novas informações. “É uma forma de fazer as pessoas saírem da zona de conforto e com isso usarem o pensamento crítico para analisarem e avaliarem o quanto a mudança pode ser benéfica em suas vidas profissionais”, explica Mônica. “É muito bom estar num projeto e ver gestores participando, questionando e crescendo com toda a mudança. Esse tipo de comportamento cria engajamento na equipe e faz com que todo o processo – embora longo – seja fácil de acontecer e com muita colaboração”, diz Mônica. Fazer perguntas deve ser entendido como um sinal de engajamento e não de resistência. Buscar esclarecimentos traz maior assertividade à comunicação. As organizações precisam criar espaços seguros e saudáveis para o exercício da reflexão, viabilizando a maior interação e contribuição de todos no entendimento do porquê das mudanças. A consultora lembra que em um determinado projeto um gestor não estava muito interessado em participar das atividades e nem de entender o motivo das mudanças. “Ele vinha para as reuniões atrasado e dificilmente sabia o que estava acontecendo. Esse comportamento, de certa forma, não criou engajamento entre os colaboradores e tornou o projeto bem lento”, lembra. Praticamente o pensamento crítico é utilizado durante quase todo o processo de Gestão de Mudanças. Líderes de Mudanças: Mudando para Melhor O pensamento crítico como um processo interativo leva a uma série de refinamentos com base no aprendizado e na experiência, em vez de “bom” ou “ruim”. Os líderes e gerentes de mudança devem alavancar o pensamento crítico para buscar soluções efetivas. Listamos aqui algumas dicas de como usar o pensamento crítico para melhorar o entendimento da mudança e contribuir para seu sucesso: Fazer observações e aprofundar o entendimento; Fazer as perguntas certas; Saber ouvir; Criar senso de urgência Questionar e entender aqueles que não gostam de mudanças; Aprender as melhores práticas de mudanças com outros líderes; Entender que podem haver experiências não tão boas; Estar aberto para o novo; Ser influente na equipe; Focar sempre na solução e não no problema. Somos especialistas em estratégia, cultura, liderança e mudanças. Conte com a gente! Todo mês novos conteúdos em nosso blog e redes sociais. Acompanhe! .fb-background-color { background: !important; } .fb_iframe_widget_fluid_desktop iframe { width: 100% !important; }
Como aprender a lidar melhor com as adversidades?
Como disse Cortella em seu livro “Não nascemos prontos”: “Nascer sabendo é uma limitação porque
Agilidade e capitalismo consciente no mundo BANI: como estes conceitos convergem
Presenciamos recentemente a Cúpula de Líderes sobre o Clima, onde autoridades mundiais se reuniram para discutir pautas como redução de emissões de gases do efeito estufa e a criação de uma coalizão global para atingir emissões líquidas zero até meados do século, conforme objetivos do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, assinado em 2015. Quando o tema é Sustentabilidade nos negócios e geração de propósito para todos os stakeholders ou partes interessadas, temos construído um caminho de leituras que o auxiliará no despertar para um posicionamento consciente. Temas como ESG ou a Agenda da ONU para 2030 – ODS, o desenvolvimento permanente ou Lifelong learning podem ser conferidos em nosso blog. Neste artigo confira como as organizações podem (e devem!) se manter ágeis e comprometidas não só com seus resultados financeiros, mas com a sustentação de valores e propósitos, no que se denomina “capitalismo consciente”. Liderança Ágil em tempos de BANI Independentemente do segmento, porte ou distribuição geográfica, as organizações precisam se manter preparadas para atuar em um ambiente BANI, com líderes capacitados em soft skills que lhes tragam segurança, estabilidade emocional, fortalecidos em seus valores pessoais e conscientes de sua responsabilidade no desenvolvimento de seus times. Criado em 2018, o termo BANI significa Brittle, Anxious, Nonlinear, and Incomprehensible ou Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível e fez ainda mais sentido com a pandemia, já que neste contexto, as mudanças, agilidade e colaboração, mais do que necessidade de negócio, são parte de sua sobrevivência. Vamos entender estas siglas e procurar exemplos que possam auxiliar as lideranças junto a seus times: Frágil: somos todos, pessoas, governos e organizações, suscetíveis a situações inesperadas e catastróficas. Um vírus coloca o mundo inteiro em lockdown, uma praga dizima uma plantação que no ano anterior bateu recorde de produção, uma tecnologia nova ocasiona a demissão em massa e a necessidade de reinvenção dos perfis, governantes colocam a democracia em risco em várias partes do mundo, mudanças climáticas trazem perspectiva de escassez de água. A grande verdade é que estamos suscetíveis a fatores externos e somos frágeis diante deles. Reconhecer esta vulnerabilidade e compartilhá-la com os times, de forma transparente, fortalece vínculos e realizações comuns. Como diz a pesquisadora social e autora do livro “A coragem de ser imperfeito”, Bené Brown em sua palestra no Ted Talk: “Vulnerabilidade é o centro da vergonha, da vida e da luta pelo merecimento, mas é a origem da criatividade, pertencimento e amor”. Aos líderes ela sugere “Sejam autênticos e reais e digam “sinto muito, vamos consertar”. E complementa: “Quando nos deixamos ser vulneravelmente vistos, aprendemos a amar de todo coração, sem garantias, praticar gratidão e alegria” Ansiosos: sem perspectivas, nos tornamos temerosos quanto às nossas decisões e podemos até adoecer. “O sucesso da espécie humana se deve à sua capacidade de antecipar o perigo, o que requer uma preparação geradora de ansiedade”, explica Márcio Bernik, médico psiquiatra e coordenador do Ambulatório de Ansiedade do IPQ (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP) para o blog de Dráusio Varella. A ansiedade é um estado emocional “normal”, no entanto, este estado de sobressalto de que a qualquer momento uma nova notícia ruim pode chegar, pode acelerar transtornos mentais. “Transtorno se refere a algo que desorganiza a vida do indivíduo e gera um sofrimento excessivo. Não consegue sair, manter um emprego, entre outras”, explica o psiquiatra Felipe Corchs, do Programa de Ansiedade do IPQ. Líderes precisam se auto-observar e cuidar das pessoas de sua relação. Aliás, se tem uma lição que podemos tirar deste momento é que a solidariedade e colaboração propiciam muitas realizações coletivas. Líderes devem estar atentos não só à produtividade de seus times, mas procurar acompanhar como estão lidando com a invasão dos escritórios a seus lares, se passaram por alguma situação recente de perda e realmente reforçar a todos a mensagem de que não estamos isolados. Empatia e real interesse são os melhores instrumentos para lidar com a ansiedade. Não linear: sem controle sobre resultados, torna-se difícil entender as conexões a que estamos ligados. A sensação que temos hoje é de sermos protagonistas em um curta-metragem onde os acontecimentos não seguem uma ordem cronológica, dão voltas sucessivas vezes, e o fim parece não estar onde deveria. A ideia de uma linha do tempo contínua em que podemos planejar, definir metas e esperar resultados precisos nunca esteve tão distante. Não é à toa que as organizações reduzem seus períodos de estratégias e acompanhamento de planos. Os efeitos das decisões na economia, questões climáticas e saúde pública podem não ter data para emergir e nem para acabar. Em meio ao caos social, se veem movimentos de solidariedade; em meio à concentração de riquezas nas mão de tão poucos, movimentos como o Capitalismo Consciente, colocando o propósito acima do lucro. Não se sabe quando se irá colher os frutos, mas se segue plantando, se buscando um sentido. “Em um mundo não-linear, causa e efeito são aparentemente desconectados ou desproporcionais”, explica o antropólogo, historiador e criador do termo BANI em abril de 2020, Jamais Cascio. Muito dos problemas de aquecimento global que vivemos hoje são consequência das decisões tomadas pela indústria na década de 80. Assim como os desafios e barreiras impostas pela pandemia ainda têm dimensões incertas no futuro da humanidade. Como as lideranças podem lidar com isso? A melhor estratégia talvez seja o desenvolvimento da competência “flexibilidade cognitiva”. Algo que pode ser traduzido pela capacidade do cérebro para adaptação, seja de conduta, opiniões, diretrizes ou, até mesmo, planos. As ferramentas de controle de metas e objetivos são importantes, mas não devem engessar as demandas que surgem a todo o instante. Incompreensível: tanta informação e tão pouco conhecimento de como usá-la. Dá para entender o descuido que muitos brasileiros têm em relação à pandemia, mesmo com os altos índices de contágios e óbitos, demonstrando claramente a necessidade de isolamento social? Apenas um exemplo de uma atitude incompreensível, ao menos para a parte da população que se mantém seguindo as orientações da ciência. O fácil acesso à informação nos confunde de onde buscar as melhores fontes e a dificuldade de interpretação dos textos e dados, nos prejudica a compreensão do mundo. Para lidar com a falta de compreensão, alguns caminhos indicados passam por transparência, abertura à inovação, aceitação à diversidade e a construção de um ambiente em que as pessoas se sintam seguros para expor suas ideias. Propósito que gera conexão e colaboração “Meu pior cenário é continuarmos a ter um raciocínio de curto prazo”, já disse Jamais Cascio, que, ao contrário de muitos futuristas que vendem cenários de catástrofe global e colapso social, busca soluções plausíveis para contribuir para um mundo melhor. Co-fundador do WorldChanging.com, uma plataforma de fórum de discussão que , como explica seu fundador Alex Steffen, busca “soluções práticas para construir uma sociedade que seja ambientalmente sustentável, compartilhável com todo o mundo no planeta, que promova estabilidade, democracia e direitos humanos e que seja alcançável no espaço de tempo necessário que temos a enfrentar”. Para quem ficou interessado em se aprofundar e levar sua empresa a outro patamar, existem os prêmios World Changing Ideas, da Fast Company, que homenageiam as empresas e organizações que impulsionam a mudança no mundo. Os 26 vencedores e centenas de outros finalistas – selecionados por uma lista de especialistas dos mundos do empreendedorismo social, filantropia, capital de risco, ativismo entre outros – representam o tipo de pensamento inovador que contribuirá para a reconstrução do planeta. Pilares do Capitalismo Consciente Thomas Eckschmidt, diretor geral do Instituto Capitalismo Consciente Brasil., explica o movimento Capitalismo Consciente, que vem se fortalecendo na última década e que “permitirá às empresas a produzirem mais, melhor e com mais qualidade”> Segundo ele, visa um propósito maior do que o lucro, aliás o lucro se torna a consequência deste propósito. São quatro princípios básicos norteiam uma empresa que pratica o Capitalismo Consciente: Propósito, Orientação para stakeholders, liderança e cultura engajadora de transformação. Esta prática na condução de negócios – que há vem sendo aplicada por grandes corporações na última década, cria, simultaneamente, diferentes valores para todas as partes interessadas (ou stakeholders) como financeiro, intelectual, físico, ecológico, social, cultural, emocional, ético e até mesmo espiritual. Nesta concepção, o paradigma tradicional do capitalismo da competitividade acima de tudo é substituído por colaboração; os stakeholders, antes centrados na figura do acionista, se ampliam: “o planeta é um só, a comunidade está inserida no planeta e o negócio está inserido na comunidade. Temos que trabalhar juntos para conseguir melhores resultados, que crie um valor para todos e menos impactos.”, reforçou Thomas. As Lideranças do movimento têm que ter um nível de consciência diferenciado, pois são eles os responsáveis por disseminar uma cultura transformadora junto a seus times. Se engana quem pensa que o capitalismo consciente não gera riquezas e lucro. Empresas que se classificam neste modelo tiveram suas ações valorizadas 10 vezes mais do que a média do mercado nos últimos 15 anos. Rafaella Capal, artista, empreendedora e pensadora da economia criativa e das novas economias no Brasil, resume bem este novo posicionamento organizacional em Como criar um capitalismo improvável: “mais colaboração e menos competição; mais criação e menos consumo; mais distribuição e menos acúmulo; mais presença e menos pressa; mais fluxo e menos controle; mais reuso e menos descarte; mais desenvolvimento e menos crescimento; mais empatia e menos desconexão; mais abundância e menos escassez; mais “nós” e menos “eu””. São 3 os fatores principais do Capitalismo Consciente: 1. A preocupação crescente com a degradação ambiental e com a disseminação da miséria; 2. A conscientização de que a solução desses problemas só será possível com a participação ativa do mundo empresarial; 3. O impulso dado pelas Nações Unidas pelo estabelecimento dos Objetivos do Milênio (desde 2015 conhecidos como Objetivos do Desenvolvimento – ODS) e pela criação do Pacto Global (que definiu os princípios de envolvimento do setor privado na solução dos problemas da humanidade). Dicas da Dynamica: Construa com seu time uma visão de futuro para a organização, com foco em propósito, Trabalhe com propósito, se relacione e valorize negócios com propósito, Compartilhe o propósito entre todos da organização, Fortaleça as lideranças para que vivifiquem o propósito e agilidade na organização, O mundo borbulha, conecte-se com as transformações que acontecem à sua volta, Tenha a Inovação e Mudança como competências de toda a Liderança, Coloque a pessoa no centro das prioridades: empatia e solidariedade fortalecem os vínculos, Propicie um ambiente com tomadas de decisões rápidas, eficientes e contínuas, Crie um ambiente transparente e seguro para que todas as ideias possam ser discutidas. Somos especialistas em estratégia, cultura e mudanças. Conte com a gente! .fb-background-color { background: !important; } .fb_iframe_widget_fluid_desktop iframe { width: 100% !important; }