Por 3 anos, a Dynamica mapeou o grau de maturidade de empresas brasileiras em GMO e os resultados trouxeram importantes contribuições
Como parte de sua contribuição para uma consolidação do entendimento do estágio em que as empresas brasileiras se encontravam em relação à relevância da atuação de GMO para as Organizações, a Dynamica Consultoria realizou a PNM-GMO – Pesquisa Nacional sobre a Maturidade da Gestão de Mudanças Organizacionais nas Empresas, nos anos de 2012, 2013 e 2015.
Além dos temas baseados nas disciplinas de GMO, presentes na metodologia da Dynamica (estratégia de mudanças, prontidão para a mudança; comunicação, gestão do conhecimento, pessoas e transição e sustentação) a pesquisa abordou a maturidade do exercício da liderança, um instrumento essencial para os movimentos de mudança; o grau de inclusão da GMO entre as competências gerenciais das empresas e a identificação das ações mais importantes atribuídas à GMO.
Esta iniciativa inédita teve por objetivo consolidar um expressivo panorama dos graus de compreensão de maturidade das empresas em relação ao tema mudanças organizacionais e realização das tarefas em GMO, dentro do mundo corporativo brasileiro e como as lideranças se preparavam para a condução dessas mudanças.
Contribuição da pesquisa para o mercado ao longo dos anos
Neste período mais recente de nossa história, em meio a mudanças significativas de adaptação e renovação nas áreas econômica e administrativa, tanto no meio privado quanto no público, as pesquisas PNM-GMO trouxeram importante contribuição para a discussão e análise dos melhores rumos para o exercício da gestão de mudanças e para a compreensão mais aprofundada das condições de atuação das empresas no mercado brasileiro. Promover diálogos sobre melhores práticas no gerenciamento das mudanças, trazer o tema GMO para as pautas executivas no meio corporativo público e privado e ampliar o entendimento sobre a importância das empresas e lideranças adotarem métodos para acompanhar suas mudanças foram alguns dos ganhos com esta iniciativa.
A 1ª PNM-GMO trouxe uma radiografia da situação da GMO em empresas de diferentes setores. Mostrou que o tema GMO já fazia parte da preocupação das empresas, ainda que não de forma estruturada, sistêmica e vinculada às suas estratégias. Foi possível constatar a fragilidade no planejamento dos processos de mudança e sua falta de sustentabilidade, acarretando, por exemplo, o enfraquecimento dos treinamentos programados. Os resultados mostraram, ainda, que os modelos de comunicação não atentavam, de forma adequada, à cultura de cada organização, o esteio essencial para incorporar e consolidar mudanças. Outro fato importante revelado pela pesquisa: 68% das lideranças corporativas ainda apresentavam baixo comprometimento com mudanças. O levantamento também mostrou que a figura do patrocinador da mudança – responsável pela garantia de sua implantação e sustentação – estava presente em apenas 55% das empresas. Além de um patrocinador oficial, a mudança deve contar com o apoio das principais lideranças da empresa, pois sem isso terá poucas chances de ser bem-sucedida tem mostrado as boas práticas.
A 2ª edição da PNM-GMO mostrou um grande espaço para GMO nas Organizações e que o mercado de GMO no Brasil ainda estava se fortalecendo aos poucos e algumas empresas já começavam a criar áreas específicas para GMO: 56,14% das empresas não possuíam pessoas dedicadas à GMO; e apenas 29% dessas empresas incluíam em seus mapeamentos de competências gerenciais, as características necessárias para a atuação adequada em mudanças.
A 3ª edição da PNM-GMO consolidou resultados que mostravam, ainda que oscilante no período, uma progressiva assimilação de valores e técnicas da GMO por parte das organizações brasileiras. Nesta edição, a pesquisa mostra a liderança, uma das cinco principais competências, ocupando o terceiro lugar na colocação com 19%; a iniciativa está em segundo lugar com 21%; e a visão de negócio em primeiro com 34%. Outro ponto importante é o papel do patrocinador nos processos de mudança. Embora seja considerado fundamental em ambientes de mudança, a pesquisa aponta que em 57% das empresas os processos de mudança não possuem um patrocinador. Após três anos desde a 1ª edição, nesta 3ª edição da PNM, GMO continua com os mesmos fatores críticos e o apoio do líder quanto à GMO na maioria das empresas ainda é moderado. Os resultados apontam que apenas 6,5% da liderança está efetivamente comprometida com ações necessárias para promover a mudança cultural. É fato que “Sem liderança não há transformação sustentável”.
Análise comparativa: caminhos de GMO de 2012 a 2015
Já em 2012 as empresas mostravam-se atentas à GMO, mas boa parte delas ainda não havia adotado métodos para que estes processos ocorressem de forma integrada, sistêmica e interdisciplinar. Situações vividas nas empresas de fusão e aquisição, os complexos modelos de globalização, a intensa competição existente nos vários segmentos do mercado foram alguns dos fatores que apontavam a necessidade da adoção de métodos de condução de mudanças organizacionais.
Na análise da atribuição de GMO, não houve uma variação tão significativa, destacando-se a Gestão do Conhecimento, fortalecida a partir de 2013 e mantendo-se em 2015 como uma das preocupações em como lidar com a esfera das informações, em sua guarda e compartilhamento.
A GMO ainda não faz parte de uma área específica dentro das organizações. A pesquisa mostra que em 22% das empresas a GMO é conduzida pelo setor de Tecnologia da Informação; em 25% das organizações se encontra na área de Recursos Humanos; em 16% faz parte do escritório de projetos ou processos; 12% das companhias ouvidas possuem a GMO no planejamento estratégico e 3% em outras áreas. Para Lyrian Faria, sócia-diretora da Dynamica, a presença da prática de GMO em escritórios de projetos ou processos mostra que a tendência é a disseminação, cada vez mais, da GMO nas empresas.
Na edição de 2015, quando se fala em método, percebe-se que a escala da maturidade dos processos melhorou muito em relação aos outros anos. Por outro lado, quando se olha para a liderança, vemos uma movimentação não tão avançada. “Vemos que melhorou o discurso sobre a mudança, mas ainda precisa evoluir muito nas ações, para que estas sustentem as mudanças”, finaliza Lyrian.
Breve histórico
2012: lançamento da 1ª PNM- GMO
Realização: entre abril e junho de 2012
Publicação: apresentados dados preliminares na conferência sobre Gestão da Mudança Organizacional, realizada pelo IQPC-Brasil e patrocinado pela Dynamica, em maio/2012.
Perfil das respondentes: Participação expressiva dos setores terciário e secundário, destacando-se os ramos de energia e gás e o de alimentos e bebidas. 55% nacionais, sediadas principalmente nas regiões sul e sudeste – sendo 47% de porte grande, seguidas de 51% com porte médio. Entre elas, podem ser mencionadas: BNDES, Braskem, Itaipu Binacional, Eletrobrás, Vale, Marítima Seguros, Máquinas Agrícolas Jacto, Samarco Mineração, Seven Boys.
Resumo dos Resultados:
o tema GMO, mesmo de forma não estruturada, já está no foco da direção das empresas;
boa parte das empresas não dispõe da utilização do conceito de GMO de maneira sistêmica ou integrada;
os treinamentos programados enfraquecem-se pela falta de sustentabilidade dos processos de mudança;
há falta de método no planejamento dos processos de mudança;
não há uma projeção coerente para a utilização de modelos de comunicação e a cultura de cada organização não recebe a atenção adequada e
as empresas carecem da formulação mais consistente da avaliação dos impactos das mudanças e de apoio à fase de transição e em seguida a de sustentação das mudanças em andamento.
Assista ao vídeo de lançamento da 1ª PNM-GMO
2013: 2ª edição da PNM-GMO amplia e aprofunda o mapeamento da maturidade da GMO
Realização: entre abril e agosto de 2013
Publicação: apresentados dados preliminares no seminário Diálogos 2013 – conduzindo mudanças organizacionais, realizado pela Dynamica, em setembro
Participantes: 80% dos respondentes posicionados na estrutura organizacional de suas empresas em funções estratégicas ou táticas. Das empresas participantes, 86% contam com mais de 500 empregados. Quanto à sua localização geográfica, 68% têm sede no sudeste, 25% no sul do país e 7% estão distribuídos nas demais regiões.
Estrutura questionário: ampliação do questionário original, com questões dissertativas e detalhes dos temas, permitindo aprofundar a compreensão do trato empresarial com a GMO.
Resultados gerais Ano II:
É crescente a importância do tema GMO entre profissionais de diversos segmentos produtivos.
Tal como na 1ª edição da pesquisa (2012), observa-se a baixa priorização para ações que tratam a mudança de cultura, a preparação da empresa para as mudanças e a manutenção do conhecimento / Sustentação da Mudança.
2015: 3ª edição da pesquisa consolida
Realização: entre abril e julho de 2015
Publicação: Setembro/2015 apresentados no evento Diálogos 2015 – conduzindo mudanças organizacionais, realizado pela Dynamica.
Participantes: 70 empresas, sendo 80% consideradas grandes (com mais de 500 colaboradores em seu quadro), 18% de porte médio (de 50 a 500 colaboradores); e 2% são pequenas empresas (menos de 50 colaboradores em seu quadro). Entre as empresas participantes da pesquisa estão: Anglo American, Arcelor Mittal, BNDES, Bunge, Cenibra, Eletrobras, Embraer, Fuga Couros, Gerdau, Localiza, Mary Kay, Pernambucanas, Randon, Serasa Experian, Syngenta, Terex, Toke e Crie, Yasuda & Marítima Seguros, entre outras.
Estrutura questionário: 60 questões foram agrupadas temas de interesse: Governança de GMO; Gestão do Conhecimento; Gestão da Prontidão Organizacional; Gestão da Comunicação, Gestão de Pessoas e Gestão da Transição das Mudanças, que detalham e ampliam os temas tocados nas primeiras edições – e mantendo algumas questões dissertativas.
Resultados gerais Ano III:
GMO ainda ocupa uma área específica dentro das organizações;
Escala da maturidade dos processos melhorou muito em relação aos outros anos. Por outro lado, quando se olha para a liderança, vemos uma movimentação não tão avançada.