A sigla ESG (Environmental, Social and Governance) aborda questões ambientais, de responsabilidade social e de governança corporativa, que juntas, formam um critério de avaliação do desenvolvimento sustentável das organizações.
Mas será que o ESG afeta os negócios de uma empresa?
A resposta é sim. Cada vez mais o ESG tem se tornado importante para empresas no Brasil e no mundo.
De acordo com uma matéria na CNN Brasil, o estudo anual “Panorama ESG 2024” ouviu executivos de 687 empresas e indicou um aumento de 24% na curva de adoção de práticas de ESG em relação ao mesmo levantamento em 2023.
O estudo aponta que, no Brasil, as empresas investem em ações sustentáveis ligadas aos próprios negócios. Do total de participantes, 26% se autodeclaram como “inovadoras” ou maduras diante do tema ESG, enquanto que 45% afirmam estar nos estágios iniciais de implementação de práticas.
Em novembro, a Dynamica Consultoria promoveu o evento online Encontros para Mudanças com tema “Conexões ESG: Desafios e Relatos para um Futuro Sustentável” e participação das convidadas Claudia Cezaro Zanuso, mentora em comunicação organizacional, e Priscila Yoshioka, gerente ESG.
“Hoje, percebemos no Brasil um crescimento latente da importância de estruturar uma estratégia de sustentabilidade e metas para o ESG e, paralelamente, também vemos uma evolução nos relatos”, comenta Priscila.
O ESG é um tema relativamente novo e mexe muito com questões da cultura organizacional de cada empresa, bem como com o entendimento de quais áreas devem encabeçar o movimento e também quais investimentos que podem e devem ser feitos.
Desafios da implementação de uma estratégia ESG
A implementação de uma estratégia de ESG tem sido um desafio para muitas empresas, como encontrar os “sponsors” do movimento, comunicar e buscar apoio do board, entender por onde começar e liberar recursos financeiros para tal.
“Quando olhamos para a Europa, vemos iniciativas mais desenvolvidas. Já no Brasil, as iniciativas ainda estão no início. As empresas investem nas iniciativas que são cabíveis para cada uma. Nem sempre o que está acontecendo lá fora se aplica ao que está acontecendo no país para as nossas organizações. Cada empresa tem um tamanho, uma realidade e cada uma anda na medida do seu planejamento estratégico”, explica Priscila.
Para Cláudia, um dos desafios é que os negócios no Brasil nascem de uma estrutura familiar, onde o comando está com o dono ou o filho do dono. “Muitas vezes é mais fácil começar as estratégias de ESG com a empresa que está nascendo do que inseri-la nas empresas que já operam há anos”.
Mudar toda uma cultura organizacional de um dia para o outro é impossível. O ideal é um passo de cada vez. Cada pequena ação desenvolvida dentro da empresa, com base no que pode ser feito naquele momento, é um bom começo.
Listamos aqui alguns dos desafios mais comuns:
- encontrar a estrutura certa para o pontapé inicial
- encontrar os “sponsors”
- medir e acompanhar o desempenho por meio de relatórios
- acompanhar o sentimento das partes interessadas e a reputação organizacional
- visualizar e controlar a mitigação de riscos
Outro desafio é que as questões ESG estão em constante evolução. Isto significa que as empresas precisam ser flexíveis e adaptáveis na sua abordagem ao ESG. Eles precisam ser capazes de responder rapidamente às mudanças nas circunstâncias e aos riscos emergentes.
Como já citamos, a implementação de estratégias de ESG requer investimentos de tempo e recursos. O discurso ESG é muito bonito, porém na prática precisa ser trabalhado aos poucos.
ESG não é sobre a empresa, mas sobre o coletivo
O ESG não é de interesse único de uma organização, mas sim de toda a sociedade.
Entretanto, as empresas exercem um papel fundamental na condução desta mudança transformadora. A incorporação de estratégias de ESG ajuda as empresas a repensar os seus valores e a alinhar os objetivos empresariais com os objetivos de desenvolvimento sustentável.
Embora seja amplamente aceito que as empresas devem reduzir o seu impacto negativo no ambiente por meio da redução das emissões de gases com efeito de estufa ou da limitação da poluição da água e do ar, a estratégia de ESG vai além das questões ambientais.
Assim, o pilar social leva em consideração se uma empresa garante práticas trabalhistas justas, promove a diversidade e a inclusão no local de trabalho e obtém seus recursos de forma ética.
Ao mesmo tempo, o pilar de governança refere-se à forma como uma organização é gerida, promovendo a transparência, a responsabilização, os direitos dos acionistas e a diversidade do conselho.
Para os consumidores, a classificação ESG pode servir como uma métrica para avaliar as práticas comerciais da empresa, a sua abertura para abordar questões ambientais e sociais.
Para os governos, uma divulgação mais generalizada de relatórios ESG por parte de empresas privadas ajuda a medir melhor a contribuição financeira privada.
Benefícios dos relatórios ESG
Os relatórios ESG são importantes. Atualmente, ter práticas ESG ajuda na boa reputação da organização. O compromisso com a sustentabilidade e práticas empresariais responsáveis têm maior probabilidade de atrair investidores socialmente responsáveis e promover a confiança entre as partes interessadas.
“É muito comum nos relatos de ESG no país ter uma extensa parte voltada para o social, como projetos sociais, que vêm da filantropia e da responsabilidade social corporativa porque temos um país rico e ao mesmo tempo muito carente”, afirma Cláudia.
Mostrar os esforços de sustentabilidade também pode ser um diferencial da empresa em relação aos seus concorrentes.
Para Cláudia, o relatório não deve ser entendido como um fim de ciclo, mas sim uma ferramenta para as organizações entenderem onde estão, o quanto avançaram nas questões ESG e onde querem chegar.
Se este é um assunto que te interessa, você pode assistir o Encontro para Mudanças completo em nosso canal do Youtube: basta clicar aqui.
Se sua empresa está implementando estratégias ESG e ainda passa por desafios, a Dynamica Consultoria possui ferramentas que auxiliam no mapeamento das principais ações que podem ser abordadas de acordo com a Cultura Organizacional.
Além disso, a Gestão de Mudanças Organizacionais contribui para o processo de transformação de sua empresa.