Perspectivas para 2021: uma lente sobre a nossa realidade.
Pouco mais de 7 entre cada 10 pessoas no Brasil (72%) afirmaram que o ano de 2020 foi ruim para si e suas famílias. É o que aponta a pesquisa Global Advisor 2021 Predictions, realizada pela Ipsos desde 2012. No histórico do levantamento, o percentual de brasileiros insatisfeitos com o ano que termina nunca foi tão alto. A percepção brasileira em 2020 reflete a avaliação global, considerando a opinião de quase 23 mil entrevistados de 31 países diferentes, onde 70% disseram ter tido um ano ruim no âmbito pessoal. Outra pesquisa realizada pelo mesmo instituto, intitulada “Perigos da Percepção”, em 38 países, com cerca de 28 mil pessoas, mostra nosso alto grau de percepções equivocadas em relação à realidade, o que nos rendeu a 5ª posição no ranking mundial (atrás de Tailândia, México, Turquia e Malásia). Exemplos: “No Brasil, a taxa de homicídios hoje é bem mais alta do que no ano 2000 e quase metade das meninas e mulheres de 15 a 19 anos engravidaram”. Estas frases refletem o que pensa a maioria dos brasileiros entrevistados, mas na verdade, o índice de homicídios permaneceu estável em relação a 2000 e apenas 6,7% de mulheres nesta faixa têm filhos. Para começar 2021 lidando com a verdade, baseada em dados e fatos, colocaremos neste post uma lente sobre vários setores que nos movem neste ano marcado pela incerteza, esperança e ansiedade. Boa leitura! QUESTÕES SOCIAIS EM PAUTA Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, com mais de 1500 adultos em todas as regiões do País, a intenção de ser solidário chega a 97% embora apenas 27% efetivamente se envolva em ações sociais coletivas. A maioria (68%) acaba agindo de forma individual e pontualmente, por desconhecerem outras formas. A pandemia mudou a rotina do mundo inteiro e trouxe uma lição importante para quem esteve atento: a solidariedade, que nada mais é do que a busca de minimizar a dor do outro ou a empatia em forma de ação. Muitas empresas, ONGs e Instituições se juntaram em 2020 à causa do combate à desigualdade social, doenças psiquiátricas e tantos outros efeitos causados pela pandemia. Como ainda estamos na pandemia, ficam algumas dicas que podem ser replicadas em 2021: Doações (alimentos, produtos de higiene e água) Consultas gratuitas (médicos, dentistas, psicólogos) Leilões beneficentes ou outras formas de arrecadação para quem precisa Produção de máscaras para doação Ajuda a pessoas do grupo de risco com atividades externas Doação de sangue. É seguro e pode salvar vidas Apoio ao comércio local: compre em seus sites, caso tenham fechado as portas. Solidariedade também é se cuidar para evitar o contágio e a propagação do vírus. A ONG Gerando Falcões, com forte atuação no combate à desigualdade social, contribuiu, entre outras ações sociais, por meio da inclusão digital de alunos de escolas públicas para que se mantivessem estudando. Você pode contribuir acessando aqui. Outro tema importante que se destacou em 2020 foi a força de luta antirracista tanto aqui quanto no exterior. Conceito como “racismo estrutural” se propagou em muito mais lares, possibilitando uma reflexão coletiva e mudanças de atitudes que já deveriam ter ocorrido há muito tempo, mas que nunca é tarde para que comece. RETOMADA PAULATINA Em 2021 a recuperação da economia deverá ser lenta, mas segundo economistas, possível. A previsão de crescimento para o Brasil este ano é de 3%, notícia que já anima o mercado, a bolsa, as organizações e nós, prestadores de serviços! Vamos continuar com taxa de juros baixa, inflação estacionada e alta dos comodities, como aço, petróleo e minério de ferro, que trazem um efeito positivo na balança comercial do País. Ariano Suassuna (1927-2014), autor de “O Auto da Compadecida” (1955) costumava dizer que “o otimista é um tolo e o pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso”. E neste posicionamento, mantemos nossa contextualização. A eleição nos EUA trouxe um recado interessante ao mundo com a eleição de Joe Biden. Retoma um rumo democrático, importância dos mecanismos globais (ONU, OMS..). Isso não zera todas as questões a serem enfrentadas – sobretudo com em relação à disputa comercial com a China. TESTE DE RESILIÊNCIA E REINVENÇÃO NA CIÊNCIA Cientistas vivenciaram os momentos sofridos da pandemia e ocuparam lugar de destaque na diminuição do impacto da doença. Na USP (Universidade de São Paulo), por exemplo, mais de 250 grupos iniciaram ou adequaram os seus estudos para o conhecimento e combate do novo coronavírus. Desde o sequenciamento do seu genoma até o desenvolvimento de ventiladores e máscaras, passando pelos estudos de novos testes, medicamentos e vacinas. O jornal “Plos Biology” publicou em 16/10/2020 um estudo que elenca os 100 mil cientistas mais influentes do mundo, segundo os bancos de dados utilizados até 2019. A pesquisa foi conduzida por uma equipe da Universidade de Stanford (EUA), liderada pelo médico e cientista greco-americano John Loannidis, que tem diversas contribuições na área da medicina, sobretudo em epidemiologia e clínica médica. O estudo trabalha com dois rankings distintos: um que analisa o impacto do pesquisador ao longo de sua carreira e outro que avalia os impactos da atuação em 2019. Dos 100 mil melhores cientistas do mundo, de acordo com suas carreiras, 600 são brasileiros e, destes, 31 da Fiocruz. O saldo de mortes em função da Covid-19 (cerca de 2 milhões no mundo e 203 mil só no Brasil) deixou muitas famílias em luto (Nossos sentimentos a cada uma!). O mundo todo está atrás de vacinas e mais de quatro milhões de doses já foram aplicadas na Europa e EUA, nessa que será a maior campanha de vacinação da história, demandando algumas bilhões de doses (muitas vacinas requerem dose dupla). O Brasil ainda não tem previsão clara do início da vacinação em nível nacional, mas há a expectativa de se iniciar ainda em janeiro a imunização, com as vacinas Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e a AstraZeneca-Oxford, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pandemia ainda é uma realidade que não parece que será resolvida no curto prazo. A expectativa é de que o processo de controle do vírus dure de 2021 e 2022 e, portanto, a recomendação dos profissionais da saúde é que se mantenham os cuidados atuais: regras de distanciamento social, utilização do álcool gel e o uso de máscaras. COMO FICAM AS ORGANIZAÇÕES Como as organizações irão operar neste primeiro semestre, marcadas pela incerteza e permanência do isolamento social. Como estão cuidando dos seus funcionários? Com a chegada do vírus, as empresas se viram obrigadas a adotar o home-office como prática formal, o que gerou a necessidade de adaptação, afinal os escritórios invadiam nossas casas. A Dynamica realizou em julho/2020 a pesquisa Comportamento da gestão empresarial no novo cenário, com 214 profissionais de empresas dos setores de Serviços, Indústria, Saúde, Comércio e Varejo, Órgãos públicos e Entidades de Classe. Já naquela época a grande maioria acreditava que o home-office se tornaria parte do cotidiano de muitas empresas. Foi necessário se repensar o formato das capacitações e reuniões à distância, pesquisas de satisfação e avaliações comportamentais, como conduzir os debates sobre valores e ética, a fim de manter uma Cultura Organizacional viva e em constante aplicação de seus valores. Com a continuação do isolamento social por 10 meses, fala-se em “anywhere office”, escritório em qualquer lugar, a partir da nuvem. Os locais de trabalhos passam a ser flexíveis, desde que se assegure o acesso a ambientes profissionais. Trabalhar deixa de ser sobre “onde” e passa a ser sobre “quando”. Um exemplo poderia ser colaboradores usufruindo de um escritório na Avenida Paulista na segunda-feira, home office na terça e quarta e – por que não? – home office no interior ou na praia nos últimos dias da semana. Mais uma vez, há de se trabalhar a Cultura e a Liderança, para que seus valores e propósito sejam preservados e para que construa ou conserve relações de confiança com seus times. Independentemente do setor, as organizações devem se manter preparadas para atuar em um ambiente complexo, competitivo e volátil, tendo as mudanças e agilidade como necessidade de negócio e até mesmo sobrevivência. Temos expertise para auxiliar sua empresa em seus processos de Mudanças, ajustes da sua Cultura e Planejamento. TENDÊNCIAS PARA 2021 ESG, “environmental, social and governance”, ou como são conhecidas as melhores práticas ambientais, sociais e de governança, que combinam negócio com propósito. Segundo a XP Investimentos para 2021 esta tendência deve se intensificar no Brasil este ano, tanto no que se refere a questões sociais, tendência de mercados para economia de baixo carbono, eliminação do desperdício e gestão dos insumos nas empresas, aprofundamento da visão de governança nas organizações, levando em conta as questões sociais e ambientais. Lifelong Learning como filosofia de vida: Não faltam adjetivos para descrever 2020: “tenso”, “inusitado”, “difícil”, “de superação, resiliência, aprendizados”…Pode-se dizer que um aspecto positivo foi muitas pessoas focarem em estudar, se desenvolver, buscar novos conhecimentos e adotar o lifelong learning como filosofia de vida. Descobriram que buscar o autodesenvolvimento tem mais a ver com disciplina de estudos e abertura a novos aprendizados do que com altos investimentos em cursos ou diplomas. E por falar em aprendizado, inscreva-se para participar de nossa turma de Liderança Ágil Anywhere Office: Muito se falou em 2020 sobre home office e as empresas conseguiram se adequar a este formato usando tecnologias diversas. Atualmente se fala em um modelo híbrido. Nas áreas e funções onde a presença não seja um pré-requisito para o desenvolvimento das atividades, este modelo tende a continuar. Já falamos em um avanço nesta visão, que é a tendência é se adotar o “anywhere office”, importando mais as entregas que o local em que se trabalha. Isto requer uma liderança que administra por resultados e não mais por controle. Agenda 2030 da ONU (ODS): Trata-se de uma agenda da ONU para se alcançar os 17 objetivos (veja no infográfico) e 169 metas até 2030. Algumas empresas já mantêm estes conceitos em seu radar (muitos dos quais levando em conta o ESG). E a sua? Employee Experience O conceito de “experiência do cliente” continua cada vez mais ativo, resultado do aumento de relacionamentos à distância, e-commerce, omnicanal e todas as formas de contato empresa-cliente. Em função do grande impacto nas organizações pelo isolamento social e trabalho remoto, percebeu-se a importância de se cuidar do colaborador e, portanto o conceito de “employee experience” ganha visibilidade nas organizações, no ciclo inteiro do relacionamento da pessoa com a organização, garantindo que propósito, cultura e liderança sejam vividos na prática. .fb-background-color { background: !important; } .fb_iframe_widget_fluid_desktop iframe { width: 100% !important; }
A cultura de inovação impulsiona o mercado
Dynamica patrocina 2ª reunião do comitê aberto de inovação da AMCHAM-SP. Encontro analisa como a cultura de inovação contribui para os negócios. Fotos: Dynamica Consultoria A AMCHAM-SP realizou em maio a 2ª Reunião do Comitê Aberto de Inovação. Sob o tema “Como a cultura de inovação pode contribuir para o desenvolvimento dos negócios”, discutiu-se como desenvolver uma cultura inovadora dentro das empresas e quais seus impactos na produtividade. Palestrantes convidados: Jaime Ozi (Walking the Talk), Patricia Hulle (Alphaville Urbanismo) e Elier Junior (Nubank). O presidente do comitê, Maximiliano Carlomagno, conduziu o encontro apontando as principais questões relacionadas à ideia de inovação e fazendo a ponte entre os temas abordados pelos palestrantes. Conceituando inovação e cultura organizacional Em matemática, o termo “expoente” é o número indicativo da potência a que uma certa quantidade é elevada. Também qualifica a personalidade que se eleva acima do padrão comum, tornando-se com suas atitudes ou ideias um exemplo em seu meio de atuação. No campo dos negócios, a expressão “exponencial” identifica a empresa que, com seus projetos e produtos lançados ao mercado, produz um impacto desproporcionalmente maior quando comparada às empresas de modelo tradicional – aquelas identificadas como portadoras de “mindset linear” (“mentalidade linear”). Jaime Ozi (foto) tratou essencialmente dos fatores que diferenciam as empresas exponenciais das lineares. Melhor dizendo, apresentou definições para o conceito de inovação e as formas de sua incorporação pela cultura organizacional. Para ele as empresas exponenciais lidam com ferramentas mais colaborativas e suas ações têm maior transparência. O que se reflete no mercado, com mecanismos de relacionamento que permitem aos clientes serem mais ativos enquanto consumidores. Erros são assimilados como aprendizado e sua superação significa galgar degraus de avanço no planejamento das ações. Nas empresas lineares os erros são combatidos. O papel da liderança se destaca na condução ou assimilação das inovações. Não há um “passo a passo” definitivo para cada ação: existem riscos e incertezas, mas há um “conforto” na gestão porque o foco da liderança são os princípios e propósitos da organização. Administram os princípios para gerar alinhamento interno, com consistência em cada ação e empoderamento dos envolvidos. A apresentação de Jaime Ozi está disponível para os associados AMCHAM em arquivo PDF. Basta acessar a página AMCHAM CONNECT/APRESENTAÇÕES Inovação moldando projetos Patricia Hulle (foto) apresentou a evolução dos projetos ou programas de inovação em sua empresa. Inivialmente incorporaram em seus projetos startups como fornecedoras e, ao longo do tempo, tornando-se parceiras na formulação de novos projetos. A Alphaville Urbanismo lançou um programa nacional que atraiu a participação de 160 startups. Destas, 22 foram selecionadas para um programa de inovação, reduzidas a 12 que participaram de uma semana em conexão direta com a empresa e resultando na contratação de 06 delas para atuar em diversas áreas de especialização da empresa. Esse programa foi atualizado em 2018 para 3 ciclos mais curtos de absorção das startups. Com um programa mais enxuto, a participação é aberta também a todos os funcionários da empresa. Segundo Hulle, o Alpha Labs (programa criado para transformar novas ideias em projetos, produtos e serviços) trabalha sob a diretiva de que inovação deve gerar receita e com recursos internos capazes de estimular o envolvimento de funcionários – como, por exemplo, um sistema de incubação de empresas. Lyrian Faria, sócia-diretora da Dynamica, compôs mesa com convidados das empresas: Leroy Merlin, MD Soluções, AES e Cidade Matarazzo. Antes das apresentações, os participantes discutiram como o tema da inovação é encarado por suas empresas. Lyrian Faria chamou a atenção para a importância das lideranças na assimilação das inovações, destacando a necessidade de facilitar a criatividade e minimizar a burocracia. Inovação confrontando o mercado Encerrando as apresentações, Elier Júnior também expôs um histórico de sua empresa e o modelo seguido para incorporar inovações. Dadas as características do Nubank – organização financeira com funcionamento e produtos exclusivamente digitais – sua criação por si só entra no rol de inovações recentes do mercado – ainda que tendo que seguir as mesmas regulações oficiais do setor bancário tradicional. Assim, Elier Júnior entende que inovação é diferente de disrupção, assim como o mais importante é procurar compreender o quanto a cultura de uma empresa é sensível às inovações. Para ele, “não existe cultura de inovação”. Em sua empresa, a ideia de inovação está presente no modelo de funcionamento interno, na utilização do espaço e as instalações da empresa, as formas de incorporar novos funcionários (espírito cooperativo e proativo) e, em especial, buscando um atendimento imediato e personalizado a cada solicitação dos clientes. Inovação é assunto permanente entre as atividades da Dynamica Consultoria. Por meio de artigos, entrevistas, participação em eventos e nos cursos oferecidos ao mercado, a consultoria sempre oferece uma concepção de trabalho atenta à necessidade de inovação requerida pelo mercado às organizações. Convergência de ideias Na fase final do encontro, uma rodada com perguntas e respostas. O público solicitou mais detalhes, por exemplo, sobre como organizar e incorporar em novos projetos os funcionários interessados em participar. Patricia Hulle apontou que em sua empresa a participação é sempre voluntária e espontânea, com engajamento por meio de programas internos de capacitação. Para Elier Júnior é preciso evitar um ranking de qualificação dos funcionários e optar por ações que estimulem o colaborativismo. Questionado sobre a relação entre grandes empresas e os modelos de inovação, Jaime Ozi exemplificou com o caso de uma grande empresa nacional da área farmacêutica e na produção de genéricos. Em vez de implementar internamente a criação de novos produtos, contrataram startup (instalada no vale do silício) que desenvolveu os novos produtos que, por sua vez, foram incorporados ao modelo já existente da empresa. Ozi também respondeu à questão levantada por Lyrian Faria: como as empresas de padrão linear estão percebendo que seu modelo está se exaurindo? Como suas lideranças estão lidando com isso – e especialmente qual é a situação das pequenas e médias empresas? Segundo ele, o Brasil tem condições diversas de outros países, temos muita regulação, o que impacta a capacidade de renovação da cultura organizacional. “Quando a gente está dentro dela [a mudança], a gente não percebe que está num aquário”, diz Ozi. E encontros como este, segundo ele, estão acontecendo cada vez mais o que auxilia na renovação cultural. Gestão de mudanças para a gestão de inovações Todos os palestrantes concordam que há 2 fatores que possibilitam à cultura organizacional empreender com o conceito de inovação: transparência na definição de objetivos e clareza na divulgação de informações disponíveis. Outro ponto de convergência é o papel da liderança para incorporar a inovação: na aceitação da voz dos profissionais em cada equipe da organização, estimulando seu empenho e participação ativa em cada ação. Tais elementos estão sempre em foco nas iniciativas da Dynamica Consultoria, em seus projetos, métodos de trabalho e seus padrões de relacionamento com os consultores. A Dynamica Consultoria dá continuidade, apoiando eventos como este, à sua política de convergência de conhecimentos e difusão de informações sobre Gestão de Mudanças Organizacionais. Somos especialistas em estratégia, cultura e mudanças. Conte com a gente! .fb-background-color { background: !important; } .fb_iframe_widget_fluid_desktop iframe { width: 100% !important; }