Resolução de Problemas
A resolução de problemas é uma das principais habilidades que crescerá em importância nos próximos cinco anos (e além), de acordo com o relatório Future of Jobs, do Fórum Econômico Mundial. Nos últimos anos vimos muita mudança no mercado de trabalho e as soft skills, mais do que nunca, têm sido grande destaque na hora das contratações. A transformação digital, a inovação tecnológica cresce constantemente e com velocidade, apresentando novas formas como processos da Inteligência Artificial (bots, ChatGPT). Esse fato reforça a necessidade que as pessoas desenvolvam soft skills para entregarem o seu melhor em um mundo cada vez mais tecnológico e em que o diferencial será a capacidade humana de reação e adaptação. Saber identificar e resolver problemas de forma rápida e eficiente é uma das premissas para quem quer fazer a diferença nos meios onde atua. Neste especial sobre Soft Skills abordaremos as habilidades de Resolução de Problemas. post passado tratamos do tema sobre pensamento crítico. Os solucionadores de problemas eficazes usam uma abordagem sistemática que lhes permite dividir problemas difíceis em partes menores e mais gerenciáveis. Em sua forma mais simples, a solução de problemas envolve três etapas básicas: Passo 1 – Identificar o problema. Embora pareça óbvio, é importante dedicar um tempo para realmente entender qual é o problema antes de tentar resolvê-lo. Uma conversa com pessoas afetadas pelo problema, fazer pesquisas ou consultar especialistas na área pode ajudar. Passo 2 – Gerar uma lista de possíveis soluções. Considere a eficácia de cada solução e se é ou não viável implementá-la. Depois de reduzir a lista de soluções possíveis, comece a testar as mais promissoras. Passo 3 – Implementar a solução. Esta etapa também inclui determinar quais recursos são necessários para colocar a solução em ação, como dinheiro, pessoal ou tecnologia. Em última análise, o objetivo é encontrar a solução mais eficaz e prática que aborda tanto o problema imediato quanto as causas subjacentes. Habilidades na Resolução de Problemas Colaboradores com boas habilidades de resolução de problemas são imprescindíveis para que uma empresa alcance o sucesso. Listamos abaixo 5 características que não podem faltar: 1) Criatividade A criatividade nos permite examinar um problema a partir de múltiplas perspectivas, usar o pensamento inovador e encontrar soluções diferenciadas. Ao abraçar a criatividade, nos abrimos para novas possibilidades e tornamos nossos esforços de resolução de problemas mais eficazes. Que tal usar a criatividade? Crie processos para melhorar o fluxo de trabalho e reduzir custos Brainstorm de ideias para desenvolver novos produtos ou serviços Desenvolva estratégias para aumentar a fidelidade e satisfação do cliente (interno ou externo) Aproveite a tecnologia para criar processos e sistemas mais eficientes Analise os dados para identificar tendências e oportunidades de melhoria 2) Pesquisa As pesquisas são essenciais para resolver problemas complexos. Somente coletando e analisando dados de várias fontes podemos avaliar o problema e determinar com precisão as soluções mais adequadas. Pesquisa no local de trabalho Identifique novos mercados ou segmentos de clientes para atingir Reúna informações sobre os concorrentes e seus produtos/serviços Fique por dentro das novidades e novidades do setor Avalie potenciais parceiros, fornecedores ou produtos antes de comprar Analise o desempenho passado para fazer projeções para o futuro 3) Comunicação Depois de identificar uma solução possível para um problema, você precisa ser capaz de explicar claramente para os envolvidos. A comunicação verbal e escrita, bem como a capacidade de ouvir com atenção e entender a perspectiva dos outros é ponto importante neste contexto. Foco em sua comunicação: Garanta o entendimento real da mensagem Atua sempre com comunicação de dupla mão Exerça o diálogo verdadeiro Peça feedback durante sua interação 4) Colaboração Ser capaz de trabalhar em equipe é uma habilidade importante que contribui para a solução eficaz de problemas. Quando os membros de uma equipe trabalham juntos para lidar com problemas complexos, as melhores soluções geralmente são encontradas porque cada indivíduo tem uma perspectiva única e um conjunto de habilidades que podem contribuir para resolver o problema. Você sabe trabalhar em equipe? Promova um ambiente de comunicação aberta, com feedback e chance de crescimento Utilize os pontos fortes de cada membro da equipe para atingir um objetivo comum Desenvolva a confiança, respeito e camaradagem entre os membros da equipe Promova uma cultura de responsabilidade e propriedade dos projetos Incentive a criatividade, a tomada de riscos e uma atmosfera de experimentação (sem julgamentos) 5) Tomada de decisão É importante ser capaz de identificar problemas e analisar possíveis soluções. Ainda assim, em algum momento, você precisa tomar uma decisão. Bons tomadores de decisão se concentram em resolver o problema, em vez de perder tempo analisando todos os dados disponíveis ou debatendo incessantemente qual é a melhor opção. Saiba tomar decisões Use o feedback de forma construtiva para tomar melhores decisões quando necessário Assuma riscos quando necessário e esteja ciente das possíveis consequências Aprenda com os erros e use os dados para desenvolver soluções melhores Demonstre confiança e determinação ao fazer escolhas difíceis Analise as situações com base em fatos e dados, não em suposições ou emoções Conheça as Ferramentas mais Usadas Há uma série de ferramentas para solução de problemas, como Brainstorming, PDCA, 5W2H, Design Thinking, Análise SWOT e outras. Que tal conhecer um pouquinho sobre cada uma delas? Brainstorming Brainstorming é uma palavra da língua inglesa que pode ser traduzida como “tempestade de ideias”. É uma técnica que estimula o surgimento de ideias criativas por meio de uma reunião de vários colaboradores. PDCA O PDCA (Ciclo de Deming) é uma ferramenta de gestão que visa a melhoria contínua dos processos. É baseado em quatro etapas: planejar (plan), executar (do), verificar (check) e agir (act). 5W2H O 5W2H é um método prático para entender as principais informações sobre um projeto e organizar a execução. Ele é realizado por meio de 7 perguntas: what (o que?); why (por que?); who (quem?); when (quando?); where (onde?); how (como?); e how much (quanto custa?). Design Thinking Design Thinking é uma abordagem de pensamento criativo, que ajuda a gerar ideias e/ou soluções para os problemas. Não é uma ferramenta com uma fórmula específica. É uma reunião com pessoas de diversas áreas da empresa, experiências e conhecimentos distintos que unidos oferecem diversas ideias e perspectivas. Análise SWOT Existem várias técnicas que as pessoas usam para resolver problemas. A realização de uma Análise SWOT pode ajudar a descobrir se uma solução tem pontos fortes e fracos específicos. SWOT é um acrônimo para Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats. (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças). Força – por que essa solução específica se encaixa nesse problema? Fraquezas – Que pontos fracos tem a solução? Você pode ajustá-los ou melhorá-los? Oportunidades – Quais benefícios e oportunidades advêm da capacidade de implementar esta solução específica? Ameaças – Existe alguma parte da solução que afetará negativamente sua equipe ou organização? Você conhecia todas essas ferramentas? Qual sua experiência em resolução de problemas? Na próxima edição abordaremos como esta importante soft skill acontece na ação, na nova sessão “Aprendizados em Projetos”. Somos especialistas em estratégia, cultura, liderança e mudanças. Conte com a gente! Todo mês novos conteúdos em nosso blog e redes sociais. Acompanhe! .fb-background-color { background: !important; } .fb_iframe_widget_fluid_desktop iframe { width: 100% !important; }
Ecossistemas de Inovação. O Que Podemos Aprender?
Em um ambiente complexo e incerto como o atual, uma única empresa dificilmente possui os recursos necessários para desenvolver e comercializar sozinha uma proposta de valor de maior complexidade. Para ter sucesso, sobretudo para inovar, é necessário que se formem associações, ou ecossistemas, que reúnem diferentes atores, interdependentes, para colaborarem na busca da realização ou cocriação de valor. Nesse contexto, “Um ecossistema de inovação é o conjunto em evolução de atores, atividades e artefatos, e as instituições e relações, incluindo relações complementares e substitutas, que são importantes para a atuação inovadora de um ator ou de uma população de atores” (fonte: Innovation ecosystems: A conceptual review and a new definition, Ove Granstrand & Marcus Holgersson, Technovation 90-91, 2020). A colaboração, associada à complementaridade de diferentes atores, está no cerne dos ecossistemas, onde o destaque não é a ação individual, mas a soma das partes, as interdependências que se complementam e se reforçam de forma colaborativa. Marketplaces e outras redes em que pessoas e/ou empresas cooperam de diferentes maneiras em torno de um objetivo comum podem ser consideradas como ecossistemas, assim como ocorre quando empresas estabelecidas se relacionam com startups, no contexto da inovação aberta. Entender os ecossistemas de inovação, seu conceito, características e fatores críticos de sucesso, tomando por base alguns casos de destaque, pode contribuir para a melhoria da atuação das organizações no que tange à inovação, mas também para sua atuação em ambientes colaborativos, em que precisam interagir com outros atores, sejam clientes, empresas ou organizações de diversas naturezas (aqui incluídas entidades governamentais e de ensino, por exemplo) para entregar valor. Um modelo de ecossistemas Para uma melhor compreensão do conceito de ecossistemas, utilizaremos uma proposta que descreve os ecossistemas (baseada em: Mapping, analyzing and designing innovation ecosystems: The Ecosystem Pie Model; Madis Talmara, Bob Walravea , Ksenia S. Podoynitsynaa, Jan Holmströmc , A. Georges L. Romme; Long Range Planning, 53, 2020). Segundo o modelo, os elementos de um ecossistema são: atores, que representam as entidades legalmente independentes, mas economicamente interdependentes envolvidas na realização de atividades produtivas distintas dentro do ecossistema; recursos de diversas naturezas (financeiros e humanos, principalmente), que são utilizados para realizar atividades; atividades, que são os mecanismos pelos quais um ator gera sua contribuição produtiva para o ecossistema; valor, que é cocriado e capturado a partir das interações dos atores; risco, função principalmente da dependência, da disponibilidade de recursos e das atividades. Os atores são o núcleo e a força motriz do ecossistema. A partir de suas atividades se desenvolve a rede de relações e interdependências que gera valor. Os principais destaques, neste caso, são: empreendedores, pessoas que são fundamentais para definir o caminho, articulando demandas e trocando experiências, gerando empregos e renda; investidores de risco, que fornecem o capital para transformar as idéias em negócios, apoiando não somente com recursos, mas também com conhecimento e conexões, aceitando risco e consequentemente perdas; organizações, que dispõem dos recursos (sobretudo financeiros), conexões e capacidade de articulação; instituições de ensino, que contribuem no processo de desenvolvimento dos talentos e nos esforços de pesquisa, que aceleram a inovação; governo, que deve atuar como um orquestrador, um facilitador, mas também como um formulador de políticas, com incentivos (fiscais, por exemplo), financiamento, definição de ambiente regulatório e efetiva participação, conforme o caso. Um outro conceito importante é o de ciclo de vida de um ecossistema, definido pelo StartupGenome como: um “modelo objetivo que ajuda os governos a medir onde seu ecossistema está, priorizar suas lacunas e definir planos de ação focados que maximizam o impacto em vez de dispersar seus recursos limitados”. O ciclo de vida, conforme a abordagem proposta, é dividido em 4 fases: ativação: atração de atores e recursos; globalização: aumento da conexão global com fundadores de grandes ecossistemas; atração: atração global de recursos para expandir e preencher lacunas do ecossistema, remoção de barreiras à imigração, formulação e implementação de políticas; integração: integração do ecossistema aos fluxos globais, nacionais e locais de recursos e conhecimentos, otimização de leis e políticas para sustentar competitividade e crescimento, difusão dos benefícios para outros setores da economia e partes do país. Este conceito de ciclo de vida reforça a importância dos atores e recursos, bem como do apoio governamental. Aponta ainda a importância do estabelecimento de conexões globais, de integração, fundamentais para o desenvolvimento das redes de cooperação. Dentre os atores, os imigrantes aparecem com destaque dado o seu caráter empreendedor e mais tolerante a risco, além da contribuição pela diversidade de formação e cultura, que contribuem para o aprendizado e a inovação. A situação atual Um estudo recente, do ano de 2022, produzido pela StartupGenome, apontou que: os mesmos cinco ecossistemas permanecem no topo do ranking como em 2020 e 2021, mas Pequim caiu um lugar, com Boston assumindo seu antigo lugar em #4. Silicon Valley é o número 1, seguido por Nova York e Londres empatados em #2, Boston em #4, e Pequim em #5; Seul entrou no top 10 global de ecossistemas pela primeira vez, subindo seis posições em 16º lugar em 2021 e #20 em 2020; vários ecossistemas indianos subiram no ranking, mais notavelmente Delhi, que está 11 posições acima de 2021, entrando no top 30 pela primeira vez na #26; no geral, os ecossistemas da China caíram no ranking, um reflexo do declínio relativo do financiamento em estágio inicial em comparação com outros ecossistemas; Helsinki subiu mais de 20 posições, juntando-se à categoria vice-campeã na posição #35; um recorde de 540 empresas alcançou o status de unicórnio em 2021, contra 150 em 2020; em 2021, o Brasil registrou crescimento de 237% no valor em dólar das rodadas da Série B+ em relação a 2020. O valor total de exits do país para 2021 foi de US$49 bilhões, um grande salto a partir do US$1 bilhão em 2020. a Ásia experimentou um aumento de 312% no valor em dólar de exits acima de US$50 milhões de 2020 a 2021. Do cenário descrito anteriormente, vale destacar o aumento dos investimentos de risco no Brasil, que tem hoje a cidade de São Paulo ocupando a 30.a posição no ranking mundial, com grande participação de fintechs. Além disso, o relatório de 2022 do mesmo Startup Genome, ainda aponta que a América do Norte teve 312 unicórnios em 2021, enquanto em 2020 a contagem de unicórnios foi de 83. Já a África produziu três unicórnios no período abrangido pelo relatório, todos fintechs. Para uma melhor compreensão, descrevemos a seguir as características de destaques de alguns dos principais ecossistemas de inovação: Vale do Silício, Nova Iorque, China e Israel. Vale do Silício Localizado no Estado da Califórnia, nos EUA, é o maior e mais conhecido ecossistema de inovação do mundo, tendo em valor de mercado estimado de cerca de US$2 tri (fonte : Startup Genome), o que revela suas dimensões e importância econômica. Compreende a região formada por San Francisco, East Bay, San Jose e o Oceano Pacífico. É a região onde nasceu a HP (em 1939). Tem sua origem na invenção e produção de transistores, a partir de uma ideia de Willian Shockley que procurou à época reunir pessoas com grande conhecimento na área. Em meados da década de 50 surgiu a Fairchild Semiconductor, usada como base do programa aeroespacial dos EUA. Em 1969, o Stanford Research Institute tornou-se um dos quatro nós da ARPANET, projeto de pesquisa do governo que se tornaria a internet. Em 1970, a Xerox abriu seu laboratório PARC em Palo Alto. O PARC inventou a tecnologia de computação inicial, incluindo a computação ethernet e a interface gráfica do usuário. Em 1971, o jornalista Don Hoefler intitulava um relatório em três partes sobre a indústria de semicondutores “SILICON VALLEY USA”, quando então surgiu o nome pelo qual a região é famosa. A participação do governo foi mais importante no início (nas áreas militar e aeroespacial). Mais tarde, com o advento da Internet, principalmente no final da década de 90, apareceram muitas empresas de software. O Vale do Silício é caracterizado pela “união de partes que funcionam como um verdadeiro algoritmo”, com destaque para as pessoas inteligentes e experientes em negócios (que são atraídas para lá), apaixonadas, criativas e motivadas pelo sucesso, e principalmente que aceitam risco. Muitos desses empreendedores, como em outros locais, são imigrantes (diversos, intrinsecamente motivados, empreendedores, dispostos a assumir riscos). Há um constante e intenso compartilhamento de conhecimento (há muita colaboração, muitos eventos e conferências que facilitam conexões e aprendizado). Existem várias comunidades de empreendedores. As incubadoras e aceleradoras dão acesso a mentores e advisors com conhecimento e experiência (inclusive em mercados específicos). Estes mentores também permitem acesso a novos contatos. Para apoiar as empresas e empreendedores é oferecida uma grande quantidade de serviços profissionais: jurídico, tributário, contabilidade, marketing, folha de pagamento, coworking e bancos (acessíveis por custo razoável). Estes serviços facilitam muito a criação e desenvolvimento de empresas e negócios. Todos estes elementos contribuem para um ambiente fértil para novas ideias e modelos de negócio, o que permite um feedback rápido acerca da ideia. Em particular, a grande concentração de clientes potenciais, facilita testar ideias e criar relacionamentos. Fica facilitada também a identificação de conexões de negócio de valor e a construção de relações sólidas. Nova Iorque “Estamos trabalhando com e para comunidades, colocando as necessidades dos nova-iorquinos antes de tudo. Para nós, o desenvolvimento econômico é mais do que apenas o resultado final — trata-se do impacto humano. É por isso que estamos investindo nos empregos, indústrias e comunidades que impulsionarão o futuro econômico de Nova Iorque e tornarão nossa cidade mais forte, segura e mais equitativa.” (NYEDC) Segundo maior ecossistema do mundo (juntamente com Londres) de acordo com o StartupGenome, tem sua origem na crise financeira de 2008 (e seus reflexos recessivos sobre o sistema financeiro), que foi um catalisador. Em resposta, a cidade apresentou um plano, elaborado pela Prefeitura local, composto basicamente de uma estratégia abrangente, de diversificação econômica de longo prazo, visando oito setores em que a cidade já se destacava, incluindo finanças, biociência, moda, turismo, mídia e tecnologia. À estratégia, se associaram políticas de apoio da prefeitura da cidade, iniciadas pela New York City Economic Development Corporation (NYCEDC), para suporte ao setor de startups. Procurou-se atrair capital (fundos apoiados pela prefeitura inicialmente) e talentos, bem como universidades de ciência e tecnologia (com o consequente crescimento das atividades de P&D). Foram também criadas redes de espaços/incubadoras de coworking e estimulada a formação de comunidades de empreendedores. Conforme relatório do StartupGenome, 2021 foi um ano em que ocorreu muito investimento de risco (Venture Capital). As startups apoiadas por empreendimentos na região arrecadaram mais de US$55 bilhões — ante US$20,2 bilhões em 2020. Conforme indicadores da organização Tech:NYC, a cidade tinha até o final de 2021 um total de 25.451 startups (crescimento de 145% em uma década), atingindo um valor de mercado de aproximadamente US$371 bilhões. Nova Iorque se destaca pelo ambiente que facilita a criação de novos negócios, pela quantidade e qualidade de talentos (com grande número de imigrantes na força de trabalho) e também inúmeras instituições de ensino de qualidade reconhecida, bem como pelos benefícios fiscais. China A China, que tem diversas cidades listadas entre os maiores ecossistemas de inovação no mundo (Pequim e Shangai, entre elas), revela uma longa história de busca de inovação, produzindo as “quatro grandes” invenções: a bússola, a pólvora, a fabricação de papel e a impressão. Com o tempo se transformou em uma economia orientada ao mercado e tem sustentado um período de crescimento constante e longo. Com isto, o PIB per capita cresceu 32 vezes desde 1990 e a participação no PIB mundial saltou para quase 19%, tornando a China a segunda economia mundial. O modelo de crescimento converteu o país na “maior fábrica do mundo”, produzindo de tudo e se apoiando fortemente em investimentos, exportações e uma enorme mão-de-obra de baixo custo. Atualmente, a economia é impulsionada principalmente pelo avanço tecnológico, para enfrentar a desaceleração de seu modelo de crescimento passado. Melhorias na capacidade de inovação, especialmente em seus setores industriais, são consideradas essenciais para a sustentabilidade do crescimento da China. Em 8 de novembro de 2012, em um relatório entregue pelo presidente Hu Jintao no 18º Partido do Congresso Nacional, a China anunciou que passaria para uma “economia orientada à inovação”. Uma característica determinante é a influência do governo na direção dos negócios e do crescimento econômico, que procura criar um ambiente regulatório favorável, define políticas, financia e estimula investimentos, como em infraestrutura, por exemplo. São fortes os estímulos financeiros do governo para desenvolver os institutos de P&D, tendo como foco pesquisa básica e aplicada, em indústrias “estratégicas” de alta tecnologia. Nesse contexto, destacam-se as áreas de inteligência artificial (onde a China se destaca em nível mundial), biotecnologia, transição energética e veículos elétricos. Na educação, as universidades ainda são os principais atores primários (com aumento natural de graduados em ciência e tecnologia). A China tem uma vantagem significativa em acessar as redes globais de profissionais chineses no setor de alta tecnologia, devido ao grande número de estudantes chineses sendo enviados para estudar em outros países desde as reformas econômicas. Um aspecto importante, que facilita a inovação, é o fato de que os chineses nos últimos anos tiveram que se adaptar a mudanças radicais — e aprenderam que tecnologias inovadoras podem ser a chave para sua sobrevivência. Com isso, há uma vasta população com propensão para adotar e adaptar-se às inovações, em uma velocidade e escala que é incomparável em outros lugares do mundo. Como exemplo, temos o setor de pagamentos móveis : em 2019, a despesa bruta total na China via aplicativo móvel de 347 trilhões de yuans, ou cerca de US$54 trilhões, foi 551 vezes maior do que a despesa total nos Estados Unidos, de US$98 bilhões. Israel Também conhecido como “Startup Nation”, Israel tem um dos principais ecossistemas de inovação da atualidade, baseado na cidade de Tel Aviv. Trata-se de um país pequeno, com características muito específicas ( cerca de 9.2 milhões de habitantes, ocupando uma extensão de 22.145 Km2), que conseguiu sua independência apenas em 1948. É um país com poucos recursos naturais, com a maior parte do território árido, em permanente tensão com vizinhos, o que representa constantemente uma ameaça à sua existência e que leva a uma maior ênfase em defesa e forças armadas, o que acaba se refletindo no desenvolvimento de determinados setores, como cibersegurança. A transição do desenvolvimento centralizado para o empreendedorismo aconteceu em meados da década de 60, a partir de um forte apoio de políticas governamentais (com incentivos fiscais, por exemplo ) e investimento grande em infraestrutura. O foco são produtos/serviços que atendam às necessidades, compensam as deficiências do país (em irrigação, defesa, alimentação/agricultura e saúde, principalmente). Como consequência, por exemplo, em 2021, Israel representou ¼ do investimento de risco mundial em carne cultivada (https://pitchbook.com/news/articles/israel-cultivated-meat-startup). É um país com uma grande comunidade empreendedora, bem como de P&D, e uma alta concentração de talentos. Algumas outras características de destaque são: instituições estáveis; regras que são seguidas; diversidade, com muitos imigrantes das mais variadas origens; educação, que desde o início valoriza desafiar o óbvio, fazer perguntas, debater e inovar; forte intercâmbio com o exterior, tendo como fator diferenciador em relação a outros lugares o grande número de viagens de jovens para o exterior, para lazer e educação; facilidade para criar negócios; muito investimento externo em empresas de tecnologia. Dentre os aspectos citados, um merece especial atenção que é a cultura local. Em Israel os aspectos culturais predominantes em sua população, que tem origem em imigrantes de inúmeras regiões do mundo, facilitam o aprendizado e a inovação. Características como franqueza, assertividade, tolerância a risco e à diversidade, autonomia, pragmatismo, questionamento constante, autocrítica e aprendizado com erros, permeiam a sociedade israelense. Tais características fizeram com que um grande número de empresas, incluindo Intel, Cisco, Volkswagen, Anheuser-Bosch, Apple, Citibank e muitos outros implantassem filiais e centros de inovação em Israel, contribuindo para o desenvolvimento do ecossistema de inovação e para a economia de um modo geral. O que podemos aprender? “Ao servir como laboratórios vivos e centros de experimentação, as cidades não só criam valor a nível local, mas também podem dimensioná-lo rapidamente para um nível regional, nacional ou até mesmo global.” (Urban Future With a Purpose) A formulação, desenvolvimento e atuação dos ecossistemas trazem importantes lições para as empresas, além daquelas mais diretamente ligadas aos esforços para inovar. Um primeiro ponto que vem a reforçar as conclusões de estudos em outras áreas é o papel das pessoas. Dentre os diversos atores, as pessoas ou talentos, motivadas, capacitadas, com autonomia, dispostas a colaborar e aprender de forma contínua, a experimentar em um ambiente de confiança, são o motor que faz as empresas crescerem e prosperarem. Diversas, unidas em torno de um propósito (e de uma proposta de valor), colaboram, compartilham recursos (e sobretudo conhecimento e experiências), aceitam riscos, dividem resultados. Um segundo fator de destaque é a cultura. No caso dos ecossistemas se nota a influência determinante da cultura do próprio país (como é o caso da China e de Israel), que acaba por influenciar a cultura das organizações. De fato, fatores culturais, que se traduzem em comportamentos, têm grande influência nas diversas dimensões de negócio. Para serem bem sucedidas, organizações e países devem ter consciência da influência da cultura no dia a dia, identificando as alterações que devem ser implementadas para atingir os objetivos. Autonomia, confiança, experimentação, adaptabilidade, diversidade, integração, colaboração e tolerância ao erro e ao risco são traços que se repetem nos esforços bem sucedidos de inovação. Conexão e colaboração em um ambiente que reúne variados atores que atuam de forma complementar e interdependente, não hierárquica por natureza, alinhada em torno de um objetivo comum, configuram um terceiro fator. Por fim, vale ressaltar a importância da atuação de forma disciplinada, planejada, que procura desenvolver pontos fortes, reconhecendo necessidades e oportunidades específicas. .fb-background-color { background: !important; } .fb_iframe_widget_fluid_desktop iframe { width: 100% !important; }
O Aprendizado (e a Empregabilidade) Para Toda a Vida
Que tal ouvir o artigo, experimente no player abaixo: Em março foi ao ar um novo produto da Dynamica: a newsletter Insight Dynamica com curadoria de Alberto Weizenberg. Todo mês, um tema atual é abordado. O primeiro deles foi sobre Lifelong Learning. E para que tanta informação interessante não se perca, resolvemos transformá-la em texto para o nosso blog. Esperamos que você leia, curta e compartilhe. Afinal de contas, a equipe da Dynamica, em conjunto com a diretora Lyrian Faria, trabalha com muito carinho em todo o conteúdo disponível em nossas redes sociais. “Não há mudança sem aprendizado. Não há aprendizado que não provoque alguma mudança”.O trabalho está mudando rapidamente e com ele as habilidades (skills) necessárias, sobretudo pela influência da evolução rápida e emprego generalizado das tecnologias digitais. Não é um fenômeno novo, mas se intensificou muito recentemente. Com isto, aumentou a demanda por novas qualificações da força de trabalho, um desafio que envolve empresas, governos e indivíduos. Estes últimos enfrentam um ambiente complexo, em constante mutação, que exige de todos atualização constante e ágil. Existe a consciência entre os indivíduos da necessidade de aprender constantemente, mas também a constatação da complexidade envolvida, seja pela quantidade e mudança rápida das skills requeridas, seja pela falta de tempo, recursos e apoio para tal. Se discute amplamente o imperativo do aprendizado pela vida toda ( lifelong learning ), para ter sucesso na empregabilidade ( lifelong employability ), a necessidade de cada um aprender, desaprender e reaprender. Para ser bem-sucedido neste cenário, profissionais em todos os estágios de carreira precisam descobrir como manter seus skills sempre atualizados seguindo as demandas do mercado. Para isso, precisam também desenvolver e sustentar as capacidades que permitam o aprendizado. Do ponto de vista das empresas, segundo o relatório The enterprise guide to closing the skills gap : strategies for building and maintaining a skilled workforce, elaborado pela IBM, há uma falta generalizada de talentos e, apesar dos executivos reconhecerem o problema, muitas organizações ainda não tomaram medidas para resolvê-lo. É crescente o interesse das organizações pela aprendizagem ativa e o efetivo protagonismo de seus colaboradores. Modelos inovadores devem ser adotados. Desta forma, para que seja possível aprender continuamente, faz-se necessário: Entender o contexto e a motivação para aprender (o que denominamos o “por quê” aprender), que é o primeiro passo;Determinar “o quê” aprender, considerando as características individuais, alinhadas às necessidades de mercado, do contexto em que cada um está inserido;Pôr em prática o aprendizado ( “como aprender”). A participação dos diversos atores envolvidos, sobretudo das empresas e suas lideranças é fundamental. Trataremos aqui basicamente do aprendizado sob o ponto de vista da pessoa, do indivíduo.Por quê? Contexto e Problema A evolução do trabalho é constante com o tempo. Há muito ocorre. Sobretudo com o advento de novas tecnologias, ocorrem alterações nas atividades em todos os negócios, que demandam redesenho das tarefas e, principalmente, novas skills. Com a cada vez mais rápida evolução e adoção da tecnologia digital, que se acentuou de forma irreversível com a pandemia, se impõe aos profissionais em todos os estágios e ocupações uma necessidade de atualização constante de seus conhecimentos, habilidades e atitudes. Aprender sempre (lifelong learning) se tornou um imperativo para o sucesso e também um desafio. Precisamos aprender, desaprender e reaprender por toda a vida. Há vasto material constatando as alterações no mercado de trabalho (nos “Jobs”) e o consequente reflexo nas competências requeridas. O relatório do World Economic Forum (WEF), de 2020, denominado “jobs of tomorrow” identifica demandas por novas skills e prioridades para aprendizado. O WEF disponibiliza diversos outros relatórios de acesso público relacionados ao tema. Segundo a pesquisa “Esperança e temores 2021”, da PWC, realizada com 32.500 trabalhadores, 39% acreditam que seu trabalho ficará obsoleto em 5 anos e 60% estão preocupados com o fato de a automação estar colocando muitos empregos em risco. Além disso, 48% acreditam que o emprego tradicional não existirá no futuro. Segundo a pesquisa, os trabalhadores querem mais habilidades digitais, mais inclusão e mais flexibilidade. Sob o ponto de vista da liderança das empresas, no que tange ao seu papel de estimular o aprendizado, a consultoria Boston Consulting Group destaca que, primeiramente, cabe aos líderes antecipar de forma contínua as skills que as organizações necessitam ( muitas associadas às tecnologias digitais ) para então construir e avaliar rapidamente a situação da organização. Além disso, os líderes devem estabelecer uma base para o aprendizado na organização para manter um “hábito de constante reskillling e upskillling de modo a ficar à frente da nova onda de mudança”, destacando que a “meia-vida” de skills não chega a 5 anos, sendo menor do que 3 anos no que diz respeito às digitais. Ou seja, não faltam trabalhos de pesquisa e evidências diárias da necessidade de constante aprendizado. Esta é a motivação externa. No entanto, ela não é suficiente. Contribui para a conscientização quanto à necessidade, mas depende de algumas características individuais, que discutiremos mais adiante. O quê aprender? Quais as skills necessárias? As habilidades (skills) abrangem conjuntos muito amplos e diversos, variando muito de profissão e ocupação e mesmo de empresa. Não se trata apenas de identificá-las, mas de desenvolver mecanismos para se manter em constante alinhamento com as demandas do mercado para identificar como estas evoluem e seus impactos em skills. A partir daí, cada indivíduo pode avaliar sua situação particular no contexto em que atua e procurar identificar constantemente as competências requeridas. Além do que é explicitamente requerido pelas empresas, fornecido pelas instituições de ensino e pesquisa, existe farto material de entidades de renome que se dedicam a pesquisar e identificar estas novas skills. Aqui cabe destacar um desafio: para identificá-las é necessário ter disposição e capacidade para adquirir o conhecimento necessário, ou seja, o aprendizado já se faz necessário nesta etapa. Cabe às empresas, por outro lado, facilitar o processo, com uma visão integrada que parte do recrutamento, passando pelo desenvolvimento dos indivíduos, times e sobretudo lideranças, provendo ferramentas, conteúdo e orientação, bem como motivação. No que diz respeito especificamente às novas skills, há um grande número de estudos disponíveis ao público. Mencionaremos alguns a seguir, sem a pretensão de esgotar o assunto que é, como já destacamos, complexo. Um relatório do Future Lab, destaca 6 direcionadores da mudança em skills: aumento da longevidade, desenvolvimento das máquinas inteligentes, crescimento massivo de sensores e poder de processamento, novas ferramentas de comunicação ( e mídias ), novas formas de produção e criação de valor e maior conexão global. O relatório aponta 10 skills para o que denomina “força de trabalho do futuro”, relacionadas aos direcionadores de mudança destacados: sense making, inteligência social, pensamento adaptativo, competência cross–cultural, pensamento computacional, conhecimento em novas mídias, transdisciplinaridade, mindset de design, gestão de sobrecarga cognitiva e colaboração virtual. Em extenso relatório de pesquisa, a consultoria Mckinsey identificou 56 “foundational skills” (ou DELTAS, conforme denomina a McKInsey) divididos em 4 categorias e 13 grupos de skills : cognitiva ( pensamento crítico, comunicação, flexibilidade mental, planejamento e modos de trabalho ) , interpessoal (mobilizar sistemas, trabalho em equipe, desenvolver relacionamentos), auto liderança (autoconhecimento e auto gerenciamento, empreendedorismo, atingir objetivos) e digital (fluência digital e cidadania, uso e desenvolvimento de software e compreensão de sistemas digitais). Mais especificamente, com relação à liderança, são determinantes a inteligência emocional e a auto-liderança, conforme publicação de Harvard. Cabe aqui destacar que as habilidades de liderança (com destaque para a auto liderança) não são apenas para líderes formais. Tais habilidades ajudam a todos a lidar melhor com suas tarefas e responsabilidades, a interagir com os demais, contribuindo para o desenvolvimento profissional de cada um. A influência da tecnologia digital A adoção generalizada das tecnologias digitais, como inteligência artificial, robôs, blockchain, data analytics, dentre outras, vem se acelerando, sendo um fator de diferenciação, crescimento e sobrevivência para as empresas. A digitalização permeia os mais diversos aspectos de nossas vidas pessoais e profissionais. Não há mais como desempenhar tarefas, mesmo as mais simples, sem que tenhamos conhecimentos e habilidades necessárias para lidar com máquinas (como smartphones) e softwares de diversas categorias (de redes sociais a ERPs, passando por ferramentas de colaboração popularizadas na pandemia). Neste contexto, não surpreende que, em pesquisa recente, relativa ao ano de 2021, a Great Place to Work em seu relatório “tendências de gestão de pessoas em 2021”, aponta como terceiro maior desafio “criar a mentalidade digital entre a liderança”. A utilização da tecnologia digital vai além dos profissionais especialistas. São todos, independente da área em que atuam, que devem entender que a digitalização afeta e beneficia o trabalho (sob suas diversas dimensões) e precisam saber como usá-las a seu favor. Neste contexto, as skills necessárias para o desempenho das mais diversas tarefas do dia a dia são influenciadas fortemente pelas ferramentas digitais utilizadas. Não basta, no entanto, saber usar a tecnologia disponível. É também muito importante “enxergar” como as diversas opções de tecnologias disponíveis podem atender demandas das organizações, resolver problemas, criar novos produtos e serviços, mudar ou criar modelos de negócio e inovar. Como destaca o Elogroup em artigo específico : “Se não olharmos o problema a partir da lente – ainda que não exclusivamente – da tecnologia, nunca chegaremos à melhor solução digital.” E ainda “Na nossa perspectiva, o ponto de partida deve ser a construção de capabilities – ou seja, inverter a lógica causal que predomina nos negócios hoje. Primeiro, precisamos construir competências digitais, e assim seremos capazes de enxergar as oportunidades e aplicações possíveis que já existem”, destaca o Elogroup. Os relatórios aqui anteriormente citados apontam a necessidade de skills diretamente relacionado à digitalização (digital literacy, por exemplo ) e de outras que contribuem para o sucesso na definição e implementação de tecnologias digitais. Segundo IEEE members, em matéria denominada Future Proof Careers: Advice on Career Management from IEEE Members, faz-se necessário desenvolver as soft skills, para aprender a trabalhar em times e a resolver problemas, com menos foco em skills de caráter puramente técnico, enfatizando a necessidade de aprender a aprender. Ainda segundo o mesmo relatório do IEEE members : “Although technology is a key part of our jobs as engineers, one should never forget the end goal of improving people’s lives. As such, one should always ask oneself “is this the best way to solve this problem from the point of view of the people directly affected?”. O processo de aprender (o “como”) Para aprender, é necessário criar condições, obter os recursos para tal. O indivíduo pode contar com ajuda externa, de organizações ou governos. Mas é fundamental desenvolver certas características individuais. Não é mais possível depender apenas dos planos de carreira ou das iniciativas de desenvolvimento, capacitação, promovidas pelas empresas. Cada um deve conceber e trilhar seu próprio caminho, ser o protagonista de seu aprendizado, aprendendo ativamente. Para isto, alguns fatores contribuem de forma determinante. A curiosidade ajuda muito. O desejo intrínseco de aprender. A busca pelo que não se conhece. É o ponto de partida. E não diminui com o tempo. É o motor que te faz sempre buscar respostas. A ela se associa a humildade, reconhecer que não sabemos tudo e podemos sempre melhorar. E mais, que precisamos dos outros. Enriquece muito o aprendizado quando interagimos, conhecemos experiências de sucesso e fracasso de outros, quando ouvimos atentamente. Colaboração é uma palavra-chave. Aprendemos muito a partir dos relacionamentos interpessoais, da troca de conhecimentos e experiências, sobretudo em ambientes e grupos que apresentem maior grau de diversidade. Para isto, devemos investir em nossa habilidade de desenvolver relações interpessoais baseadas em confiança, duradouras. O desenvolvimento da criatividade pode ser estimulado pelas empresas a partir do estímulo à experimentação e a tolerância ao erro, é importante. É necessário também definir os objetivos do aprendizado. Isto ajuda a definir metas e definir um caminho. Serve também como fator de motivação. É muito importante acreditar em si mesmo, ter autoconfiança. Ter segurança de que pode aprender e melhorar. Precisa de disposição para experimentar. E tolerância ao erro. Senão, você não coloca em prática o que aprende e não melhora continuamente. Precisa de disciplina também. Aprender é um processo, e fica mais fácil seguindo algum método. Cabe a cada um desenvolver o seu, aquele que mais se adapte às suas características e objetivos. Ou adaptar algum existente. Aprender não é uma atividade em separado das demais. Tem de ser algo que permeia as atividades do dia a dia, um verdadeiro hábito. Pode ser necessária ajuda externa para isso. Associe-se a isto ainda o que Carol Dweck define como “mindset de aprendizado”, em oposição ao “mindset fixo” ( conforme descrito no livro Mindset, de Carol Dweck, 2017). Assim, o que se aprende produz os efeitos desejados. A partir daí, o ciclo se reinicia. O processo aqui exposto não tem como objetivo definir um caminho único, ou um caminho melhor, para facilitar o aprendizado. Isto dependerá do contexto e das características de cada indivíduo. Cabe a cada um refletir e adaptá-lo à sua realidade. Aprendizado e mudança Vimos aqui a importância cada vez maior do aprendizado e os inúmeros desafios associados. Nos diversos materiais disponíveis a que tivemos acesso (alguns aqui citados explicitamente), as habilidades comportamentais (soft skills) aparecem com grande destaque. De fato há uma constatação crescente de que não basta o conhecimento relacionado a técnicas, métodos e ferramentas (hard skills). Precisamos refletir acerca de nós mesmos e identificar novas formas de pensar e de se comportar para ter sucesso pessoal e profissionalmente. As assim chamadas soft skills são na verdade as mais difíceis de desenvolver, pois estão muito relacionadas a características individuais, crenças, valores e personalidade, que nos diferenciam dos demais. Para aprender efetivamente, faz-se necessário que cada um entenda melhor suas próprias características (o que podemos denominar de autoconhecimento), que acabam por determinar pensamentos, comportamentos e ações. A autora Carol Dweck (MIndset, 2017) destaca que “… os cientistas estão percebendo que as pessoas têm maior capacidade do que se havia imaginado para aprender e desenvolver o cérebro durante toda a vida”. A autora define o mindset fixo, quando a pessoa acredita que suas qualidades são imutáveis e o mindset de crescimento que se baseia na crença de que se é capaz de cultivar suas qualidades básicas por meio de seus próprios esforços. A paixão pela busca de seu desenvolvimento (abrir-se para aprender algo novo ) é o “marco distintivo do mindset de crescimento”, segundo a autora. Como já destacamos, para aprender, ou se desenvolver, é necessário ter consciência e querer mudar. Ter um desejo constante de melhorar, muito associado à curiosidade, à abertura ao questionamento constante (à reflexão) e à disposição em experimentar. Esta constatação da interdependência entre mudança e aprendizado é determinante para o sucesso em ambos os campos. Não há mudança sem aprendizado. Não há aprendizado que não provoque alguma mudança. .fb-background-color { background: !important; } .fb_iframe_widget_fluid_desktop iframe { width: 100% !important; }
Os Valores que Conduzem as Empresas Ágeis
Em uma nova configuração de mercado e tendo a transformação digital como um grande acelerador, as organizações se viram obrigadas a buscar alternativas para se manter competitivas e rentáveis. Com a promessa de vantagens rápidas para os negócios, muitas companhias viram na adoção dos métodos ágeis, uma solução. Mas nem todas conseguiram implantá-las com sucesso. Para as que tiveram suas aspirações frustradas, alguns dos possíveis obstáculos foram: a rigidez em suas estruturas organizacionais; baixo foco em gestão de pessoas e estruturas tecnológicas com baixa margem de atualizações. Há de se ponderar, ainda, a perspectiva econômica. É fato que a agilidade torna o negócio mais eficaz à medida que propicia melhores escolhas e mais eficientes, já que gera uma fluidez maior nas entregas, mas se esta nova cultura não estiver imbuída do foco central de otimizar recursos, não se sustenta. A motivação para a transformação também deve ser levada em consideração: qual é o problema que sua empresa precisa resolver? O que aconteceria se postergasse esta decisão? Se realmente for uma questão de sobrevivência ou de melhorias internas inadiáveis, vá em frente. Do contrário, não faça transformações por modismos! Por fim, muitas empresas vêm fracassando na obtenção dos benefícios prometidos pelo movimento ágil por negligenciarem a adequação de sua cultura, como veremos adiante. O Que É Uma Empresa Ágil? Enquanto as organizações tradicionais são construídas em torno de uma hierarquia estrutural verticalizada, com áreas atuando de forma isolada umas das outras, as organizações ágeis são constituídas por uma rede de equipes que atuam em ciclos rápidos de aprendizado e tomada de decisões. Combinando flexibilidade, adaptabilidade e eficiência, a empresa ágil possui uma cultura voltada a auto-organização e colaboração, tornando os processos mais simples, dinâmicos e iterativos (repetidos), da concepção da ideia até o produto final. Estar em uma Organização Ágil significa reconhecer que o ambiente é de imprevisibilidade e requer adaptabilidade, sempre mantendo o foco nos objetivos e buscando recursos, soluções e ideias que tragam eficiência aos processos. Confira o post sobre as características de uma organização ágil. Como Tornar Sua Empresa Ágil? Tudo Começa na Cultura Organizacional Não existe uma receita de bolo e nem uma leitura milagrosa que lhe dará o passo a passo implacável para transformar sua empresa em ágil. Em nossa experiência gerenciando processos de mudanças, temos nos deparado com muitas organizações que confundem projetos ágeis ou que utilizam métodos ágeis, mas mantém um posicionamento e cultura organizacional tradicional. Resultado? Projetos híbridos que se valem de rituais, mas os times não possuem autonomia de decisões e entregas atrasam. Cada empresa tem seu contexto e entendê-lo é fator crucial nesta transformação: perceber os aspectos de tradição arraigados, seja na estratégia, estrutura, liderança, nos processos ou nas tecnologias. Para o fortalecimento da cultura é necessária a disseminação e construção coletiva do novo posicionamento. Valores como Flexibilidade; Colaboração; Autonomia; Inovação embasam a missão de “conquistar respostas rápidas frente às mudanças”. Nesta jornada de transformação rumo à agilidade organizacional há de se valorizar “Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas”, “Produto em funcionamento mais que documentação”, “Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos” e ” Respostas rápidas a mudanças mais que seguir um plano”. Além disso, na cultura ágil os times são autogerenciáveis e a busca pela excelência técnica, a simplicidade e melhoria contínua são os princípios que guiam. A cultura ágil deve permear toda a Organização. Já passamos por empresas que apenas a área de TI se posicionava como ágil e quando precisava dos usuários das áreas de Negócios sentiam resistência, pois não tinham a mesma autonomia para validações e facilidade de liberação de recursos. Dicas da Dynamica: Crie um ambiente seguro, onde errar seja parte do aprendizado e do caminho para a excelência;Incentive a abertura para a inovação e a pluralidade de visões, com foco em novas soluções;Pratique o trabalho colaborativo;Exercite a empatia e resiliência;Disponha de uma estrutura flexível e orientada por propósitos;Comunique de forma clara a visão e os valores da nova cultura da empresa.Capacite-se sempre: uma dica é nosso Curso Liderança Ágil. Somos especialistas em estratégia, cultura e mudanças. Conte com a gente! .fb-background-color { background: !important; } .fb_iframe_widget_fluid_desktop iframe { width: 100% !important; }