Como as pessoas se conectam e passam a se relacionar nas organizações? Por que para alguns esta capacidade parece acontecer com mais facilidade do que para outros? Será por fatores genéticos? Gentileza e a capacidade de se relacionar podem ser aprendidas? Como sairemos deste isolamento social, quando pudermos voltar a nos abraçar? Neste post buscamos responder estas questões e dar algumas dicas para que a interação nas organizações seja um facilitador de conquistas que contribuem para um ambiente mais colaborativo.
Conectividade / Conexões: A Arte de Se Relacionar
Quando nos conectamos, de verdade, com o outro? A pesquisadora, professora e escritora Brené Brown (Recomendamos sua palestra para o TEDx), considera a coragem de mostrar a vulnerabilidade como um impulsionador de interações mais profundas e empáticas.
Já a psicóloga e antropóloga organizacional da Universidade de Harvard, Judith E. Glaser, uma das principais referências no estudo e aplicação do que é conhecido como “Conexão Profunda”, considera algo que vai além de olhares porque se inicia por meio da interação, mas se consolida ao se compartilhar valores, preferências, paixões ou intimidades. Este processo deve ser pautado pela honestidade e transparência, trazendo à tona a confiança. A dica é manter em nossas interações diárias a abertura para ser vulnerável, confiança para compartilhar e sinceridade, sempre.
Capacidade de Se Relacionar Percebida pelo Corpo
Uma pessoa gentil no time se destaca: é amável, agradável, elegante e atenciosa. Tudo isso encanta e aproxima. Lideranças gentis, que se colocam no lugar do outro, verdadeiramente, são bons ouvintes e capazes de pedir desculpas quando se percebem errados, conseguem trazer as pessoas para seus ideais e os da empresa com muito mais facilidade. Um estudo de 2011 da Universidade do Oregon, EUA, com 23 casais, constatou que a mudança de comportamento está associada com o gene receptor da ocitocina. No experimento, enquanto um contava ao outro um momento difícil de sua vida, constatou-se que os mais preocupados em ouvir possuíam o genótipo GG e estes se apresentavam mais sociáveis e amorosos. Isso acontece com 1 a cada 3 pessoas. Os pesquisadores dizem que nenhum traço genético pode prever totalmente o comportamento de uma pessoa e que são necessárias mais pesquisas nessa direção. Mas se você não se identifica com este perfil e já entendeu que a arte de se relacionar é importante para seu desenvolvimento pessoal, tranquilize-se, é possível aprimorar sua inteligência social e emocional.
Desenvolvendo Sua Capacidade de Se Relacionar
A busca pelo desenvolvimento é inerente ao ser humano, sempre afeito a se conhecer mais, em busca de se autorrealizar. Tanto a inteligência emocional (capacidade de compreender e gerir suas emoções), como a inteligência social (forma como o indivíduo ocupa seu espaço nos ambientes coletivos) são habilidades que podem ser treinadas.
O mundo do trabalho vem exigindo cada vez mais pessoas com altos coeficientes de inteligência social. Algumas mudanças de atitude para “desenvolver o ouvido emocional” passam por aperfeiçoar a arte de falar e escutar, saber a melhor forma de se portar e vestir em situações distintas, conseguir dizer não quando necessário, dar feedbacks sem gerar mágoas e estar atento às necessidades do outro. Ser um lifelong learner ou aprendiz constante pode transformar vidas e organizações.
Relacionamento Interpessoal no Trabalho em Tempo de Home Office
Os escritórios invadiram nossas casas. Muitas cenas particulares começaram a ser compartilhadas nas reuniões online, que contam com a participação de nossos filhos, pais, parentes e pets. Isso, de certa forma, acabou por nos aproximar e nos tornar mais empáticos. Nos ajudou a perceber que a pessoa é integral, um ser único e inteiro. E que estamos sempre na busca do equilíbrio das nossas várias atuações no nosso cotidiano. Depois de mais de 17 meses vivendo esse modelo, conseguimos listar as oportunidades e as boas experiências acontecidas. Nesse momento de transição para modelos híbridos de trabalho será importante nos perguntar sobre como podemos manter a real flexibilidade conseguida atualmente, que vai além de definir horário móvel de trabalho e/ou dias presentes ou remotos no escritório.
Para empresas que atuam em Home Office, pode ser ainda mais desafiador manter relacionamentos saudáveis, próximos e mais profundos, mas existem ferramentas próprias para a interação de pessoas à distância, como as de videoconferência; rede social da empresa; grupos de whatsApp, entre outros. Existe uma simples ligação, uma parada para um “café virtual”, um minuto de troca de ideias. Muitos caminhos para se manter conectado!
Veja matéria sobre confraternizações à distância.
Dicas da Dynamica
- Aprenda com o outro: bons encontros podem ser regados a trocas.
- Cuidado com críticas: sarcasmo ou piadas podem causar o distanciamento.
- Ache pontos positivos no outro: quando se espera o melhor das pessoas, elas revelam isso.
- Pratique a escuta ativa: desligue sua voz interior e faça com que o outro se sinta ouvido.
- Faça contato visual enquanto fala. Na comunicação entre telas é mais difícil, mas ao menos mantenha sua câmera ligada.
- Esteja presente e acolhedor: permita que os outros também sejam vulneráveis com você.
- Seja gentil: gentileza gera gentileza e ajuda as pessoas a entender melhor o contexto.
- Explore os recursos das ferramentas disponíveis para comunicações por vídeo.
- Busque sempre o desenvolvimento e incentive seu time a fazer o mesmo.
- Amplie seu conhecimento sobre Relacionamento Interpessoal. Nosso evento “Encontros para Mudanças” deste mês abordará este tema. Inscreva-se aqui.
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